Marco_2006 - page 34

Mesa-
Redonda
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R E V I S T A D A E S PM –
M A R Ç O
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A B R I L
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chamada superconcentração, no
varejo brasileiro de supermercado,
não é assim tão superconcentrada.
A perspectiva econômica é positiva,
principalmente na parte de eletro-
eletrônicos. Se o segmento de baixa
rendaaindaéummundoadesbravar,
o segmento de alta renda, por sua
vez, está ávido por serviços. Eis aí
algumas das exigências que deverão
seratendidas,dentrodeummercado
extremamente competitivo.
FG
–Essaexigênciademais serviços
por parte das classes A/B pode ser
atendida pela estrutura atual dos
supermercados?
MÁRIO
– Há oportunidades a ser
exploradas, bastante espaço para
crescer,nesseaspecto.Empaísesmais
maduros, os supermercados migram
para a oferta de serviços, comouma
forma inexorável para melhorar a
rentabilidade do negócio.
RICARDO
–Achoqueestamos diante
deumasituaçãonova.Segmentosmais
maduros, comoovarejodealimentos,
vão passar por algo novo, que ainda
não se sabeexatamenteoquê. Arrisco
dizer que issopassarápor umposicio-
namento mais definido – e logo
veremos isso refletidonacomunicação
que essas redes vão adotar. A argu-
mentação de preço baixo vem per-
dendo força.Tambémvejoo segmento
domaterial de construção em franca
expansão, ele vem se profissiona-
lizando e estruturando. Aliás, a Telha
Norte é um exemplo interessante,
porque pertence a um dos maiores
grupos empresariais europeus.
FERNANDO
–Éo líder emmateriais
deconstrução, naEuropa, comono-
me Saint-Gobain.
RICARDO
–ESaint-Gobainéuma in-
dústriaque transformouo seunegócio
e uma das principais atividades do
grupo, hoje, é varejo. A estratégia de
um grupo assim poderoso ecoa aqui.
ATelha Norte fez várias aquisições e
temum importanteplanodeexpansão
pela frente. Omodelo de negócio da
Richardséummodeloconsolidado.O
Brasil é referênciamundial naquestão
fashion
. E a Richards aproveita esse
embalo,comoportunidadesdeexpan-
sãonouniverso
fashion
, que tem indi-
cadores fantásticos de crescimento,
não só em vestuário, como também,
porexemplo,cosméticos.Osshopping
centers também atravessaram um
momento especial; consolidado o
negócio tradicional do shopping e
deve agora partir para centros com
certasênfasesoucaracterísticas, como
o shopping do automóvel, ou de
imóveis. Mas acho que outros seg-
mentos tambémmerecerão empre-
endimentos específicos, terminando
como varejode alimentos.OPãode
Açúcar, hoje, é referênciade excelên-
cia em gestão de varejo.
CARLOS ANDRÉ
– Os
shopping
centers têm aproximadamente 30
anos noBrasil – e estãodeixandode
ser “templos” de consumo de pro-
dutos, para centros de consumo de
serviços e entretenimento. Outro
deslocamento sutil é como centro
comunitário. Fiquei impressionado
com o
shopping
Villa Lobos – um
conjunto de prédios residenciais vai
ser integrado diretamente ao
shop-
ping
.Ouum
shopping
novoqueestá
nascendo – o Cidade Jardim – com
várias torres residenciais integradas
aumgrandecentrocomercial.Então,
os
shoppings
vão atender às neces-
sidades específicas de uma região,
de um determinado público-alvo.
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