Marco_2006 - page 29

Uma análise sobre as vendas de varejo
pela internet
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R E V I S T A D A E S PM –
M A R Ç O
/
A B R I L
D E
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estes resistentesnãoestariamexageran-
do ao exigirem uma segurança na
internetmaiordoqueadomundoreal?
Os principais
site
s e as operadoras
de cartão de crédito têm investido
quantias significativas, nos últimos
anos, para que a compra
on-line
possa atingir excelentes padrões de
segurança. Diversas e múltiplas
verificações são realizadas para
que cliente e lojista não tenham
prejuízos nas operações e os resul-
tados, emmuitos casos, superam o
do varejo tradicional em fraudes e
inadimplência. É claro que a segu-
rança não deve se limitar à esco-
lha do
site
. Atualizações de
soft-
wares
antivírus devem ser fre-
qüentes e anão-aberturade
e-mail
s
de desconhecidos, uma obrigação.
Afinal, a maior parte das fraudes
ocorre em invasões realizadas no
equipamento do próprio usuário.
OVAREJO
ON-LINE
ESTÁDANDOCERTO
Os números e projeções descritos
neste artigo não dãomargem a dú-
vidas, pois sãopoucosos setoresda
economia com previsão de cres-
cimento tãoexpressivoquantoodo
varejo
on-line
. Além disso, a renta-
bilidade obtida por alguns desses
setores tradicionais, geralmente
envolvidos com gastos expressivos,
com o chamado mundo real (lojas
físicas, grandes estoques distribuí-
dos etc.), tende a ser bastante infe-
rior à obtida pelas empresas de
venda pela internet.
Todos esses números positivos
deixam para trás a opinião (um
eufemismo para visão míope) da-
quelescéticosque,hápoucosanos,
afirmavamnãoacreditaremempre-
sas da chamada “nova economia”
que só apresentavam prejuízos em
seus resultados, esquecendo-se, eles,
que as empresas da velha ou “ver-
dadeira” economia, como Ford, IBM,
Shell e tantas outras também demo-
raram alguns anos até verem o azul
nos seus balanços. É fato que várias
empresas baseadas em internet fali-
ram, muitos erros foram cometidos e
a especulação dominou o mercado
no finaldadécadapassada.Masnada
disso foi inéditona história. Basta ver
o número de empresas automobilís-
ticas que fecharam suas portas nas
primeiras décadas do último século.
Eoquevemoshoje?Diversas empre-
sas, baseadas na internet, saudáveis,
lucrativas e bastantes rentáveis, con-
forme, aliás, o que osmais otimistas
previam durante e depois do
chamado “estouro da bolha”, mo-
vimento especulativo ocorrido no
início de 2000. Empresas pioneiras
como Amazon eYahoo, nos EUA, e
Submarino, no Brasil, vêm apre-
sentando lucros constantes e cres-
centes, trazendo bons resultados aos
primeiros investidores e alavancando
a tomadadenovos aportes decapital.
Atémodelosbaseadosempublicidade
on-line
etãodesacreditadosnopassado
têm sido bem-sucedidos. Basta ver o
Google
e sua escalada meteórica de
faturamento e lucro. E ainda diziam
que viver só de publicidade não ia
levar empresa a lugar nenhum. E não
precisou que se inventasse nada de
muitonovo.Afinal, comoasTVs aber-
tas construíram seus modelos de
negócio a partir da década de 1960?
Não foi vendendopublicidade? Enão
deu certo? E nem isso os pessimistas
de plantão viram.
Bem, as oportunidades ainda con-
tinuam por aí e, vez por outra, as
pessoas perguntam o que poderiam
inventarparagerarvalornesse“novo”
meio.Umconselho: vejam, primeiro,
oquenãodeucertonopassado.Pode
parecer maluquice, mas talvez a
idéia do negócio fosse boa e o
ambiente não tenha ajudado. Afinal,
hápouquíssimos anos, osusuáriosde
internet erambemmenos numerosos
emuitasempresasnão tiveram fôlego
para “chegar na praia”. Então fica a
dica: sabe aquele
site
de venda de
camisas, sapatos, brinquedos, pizza
e tantosoutros? Pois é, podeestar nu-
maboahorade tentar recolocá-lono
ar. Boa sorte.
BastaveroGoogleesuaescalada
meteóricade faturamentoe lucro.
AUTOR
JORGEALBERTOREIS
Professor da ESPM–Rio e presidente
da empresa Ingresso.com.
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