Janeiro_2005 - page 21

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J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2005–REV I STA DA ESPM
MárioE. René
Schweriner
Houve depois modelos L e LX,
designando Luxo e Superluxo, res-
pectivamente.Omesmo era válido
para a maioria das demais marcas
do mercado, como o DKW, o Re-
nault Dauphine (depoisGordini), o
Aero-Willys, e o Simca-Chambord,
dentre outros. Agora, qualquer
modelo “básico” já vem com a de-
nominação L ou GL (Luxo e Gran-
luxo), quando não GLS (Gran-luxo
Super). Em outras palavras, está se
perdendo a referência do “básico”
em relação ao superior luxuoso,
fazendo com que se criem bens e
denominações absolutamente me-
tafísicas: hoje, o luxo do luxo, ou
o super-luxodo luxo, ouquem sabe
o luxo galáctico (a exemplo dos
astros do time de futebol espanhol
do Real Madrid). Uma bolsa de R$
7.800,00 era tida como uma
extravagância abilolada em artigos
de jornal, há questão de uns dois
anos. Se retomarmos o início do
artigo, a fila de espera é para uma
bolsa de R$ 47 mil. Que obvia-
mente, como bolsa, não acrescen-
ta tanto assim em relação àquela
de sete mil e tanto, que já não
acrescia lá muito em relação às
do milhar de reais. O que oferece
a pista para a indagação: onde fica
o “bom-senso”?Ou esse segmento
não conhece o termo?
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Osprodutosde luxosãoaquelesque
mais se aproximam da “ideação da
perfeição”,querdizer,doqueaspes-
soas imaginam ser o “produto
perfeito” (produto potencial, se-
gundo Kotler): se é um frasco de
perfume, o ideal é que seja de cris-
tal. Se éumbancode carro, deveria
ser de couro. O painel, de madeira
(cedro? jacarandá?), um relógio, de
ouro, porque não? Jóias de ouro
branco ou platina, cravejadas de
diamantes, rubis e esmeraldas. Um
banheiro deveria ter um piso de
mármore, preferencialmente de
Carrara.
Talvez, se no paraíso, além de an-
josexistissemoutrosprodutosalém
de harpas, estes seriam vários dos
bens de luxo. Os felizardos habi-
tantes desse
Valhala
imaginário,
casonãoandassempor lánuscomo
os anjos, trajariam linho e seda.
Qual amulher de seus40epoucos
anos que não sonha com cosmé-
ticos especiais, exclusivos e car-
ríssimos, que atenuam (ou até
Quemnãoprefereviajarnaprimeiraclasse, emvezdeseempoleirarna
econômica? (FidelCastroviajanaprimeiraclasse.)
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