Janeiro_2005 - page 25

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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
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F E V E R E I RO
D E
2005
Negóciodo
LuxonoRiode Janeiro
CENÁRIO
PROMISSOR
ORiodeJaneiroestánapautados
investimentosde luxo,mercadoque
cresceu19%em2003em todoo
mundo, segundopesquisada
Interbrand.NoBrasil,ocrescimento
médioanual giraem tornode33%.
Embora não haja nenhum boom no
segmento, sujeitoàsoscilaçõesda
economia, comoqualquer outro,
nemcifrasdedestaquedevendas
nomundo, háumasériede
indicadorespositivosquepodem
sersomadosaessepercentual,
comoonúmerode compradores
potenciais.Existemhojenopaís
cercade300a500mil
consumidores regularesde luxo, o
quecorrespondeaapenas0,17%a
0,28%dapopulação.
Omercadobrasileiro seabriu recen-
temente às importações e, para as
grandes marcas internacionais esse
fato é novo e promissor. O movi-
mentodoconsumodo luxonoBrasil
édaordemR$2bilhões aoano, eo
crescimentodasmarcasem2003 foi
muito expressivo. A
Cartier
cresceu
49% e a
Piaget
, 45%, enquanto a
Montblanc
registrou32%ea
Ferrari
,
12,5%. Das 40 lojas da joalheria
Tiffany’s
, duas estão situadas emSão
Paulo.NoBrasil, foramemplacadas,
no ano passado, 20
Ferraris
, que
custam entre US$ 330 e US$ 480
mil dólares.
Para pensar o mercado de luxo, é
precisousar como referência alguns
parâmetros dos Estados Unidos,
detentor de 36% dessa fatia de
mercado.VivemnosEUA47milhões
de famílias, com renda superior a
US$ 50 mil, identificados como
consumidores do novo luxo. Neste
perfil se enquadrammoradores de
casas tradicionais, nas quais a mu-
lher é quemmais gasta com produ-
tospessoais.Éo típicocompradorque
procura “impacto emocional”, cujo
objetivo é aumentar sua satisfação
pessoal. Levantamento realizado
pelo BCG, com empresas que aten-
demaessepúblicoem23categorias,
indica uma expansão anual, média,
de 15% para os próximos anos.
De acordo com oAtlas da Riqueza
no Brasil, estudo do economista
Marcio Pochmann, realizado a
partir dedados doCenso2000 eda
Pnad (Pesquisa Nacional por A-
mostra de Domicílios), do IBGE, o
número de ricos no Brasil dobrou
em 20 anos. Em 2000 havia 1,162
milhãode famílias ricas, contra507
mil em 1980. Os mais ricos, que
correspondem a 2,4% da popula-
ção, têm renda familiar mensal de
R$ 22.487, que detêm 74% do PIB
brasileiro.NoRiode Janeiro,101.513
famílias estão nesse patamar.
Entre2002e2003, oBrasil ganhou5
mil novos milionários, o que cor-
responde ao aumento de 6%. Esse
númeromaior de abastados ganhou
dinheiro com a valorização das
ações e do real. Cabe observar, po-
rém, que esse percentual de cres-
cimento ainda está abaixo da mé-
dia, se comparado à taxa mundial
de 7,7%. Eram 75 mil milionários
brasileirosem2002e80milem2003
contra90mil identificados em2001.
Em outros países, esse público
consumidor émuitomaior. São2,27
milhões nos EstadosUnidos, 383mil
na Inglaterra, 236 mil na China e
cerca de 200mil no Canadá.
Se o Brasil conseguir reverter o pro-
cesso de queda do poder aquisitivo
da classe média, teremos uma pró-
CARTIER
49%
PIAGET
45%
FERRARI
12,5%
Fotos: Corbis/Stockphotos
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