Setembro_2009 - page 53

Pedro
Cabral
setembro
/
outubro
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
53
Gracioso – Afinal, o que é a
Click hoje? Uma grande agên-
cia na área do mundo digital...
Isso não aconteceu no seio de
agências enormes que tinham
tudopara isso–umaAlmap,uma
DPZ, Thompson?
Pedro – Acho que eles têm um
modelodenegócio vencedor, que
é o modelo de negócio
trading
brasileiro. Pegando o exemplo da
Almap, DPZ eDM9: são agências
extremamente competentes, que
têm bons clientes, e, num deter-
minado ano, vendem o futebol da
Globo, a Fórmula-1, alguns patro-
cínios, e têm feita, praticamente,
60% da sua receita.
JRWP – Isso que você está fa-
lando tem a ver com a Tese da
Cauda Longa, estragou o filé
mignon...
Pedro – Por exemplo, a Almap
não precisa entrar em concorrên-
cia; outro dia houve uma concor-
rência do Santander e eles não
entraram, pois só vão aonde são
convidados. A DPZ também tem
suaexcelência, ganhamprêmios...
Eles têm um mercado, um vento
a favor...
Gracioso – O importante e
suficiente para eles.
Pedro – Mas todos estão preo-
cupados com uma mudança no
cenáriomundial e com omodelo
brasileiro que se transforma. A
própria Globo reconhece isso e
está preocupada.
JRWP – Pedro, que conselho
você daria aos nossos alunos
para entrar no seu ramo de
negócio?
Pedro – Precisa refletir que só
quando estiver com cinco, dez
anos de carreira, e depois, é que
terá definido se vai ser executivo
ou empresário. No momento em
que ele vai atingir o auge profis-
sional, a formação fará com que
esteja maduro profissionalmente,
porque então vai exercer plena-
mente sua experiência acadêmica
–entrecinco, dezanosdecarreira.
Vejo que hoje existe uma carên-
cia enorme, que aumenta a cada
dia, de profissionais que possam
entender a transição pela qual as
empresas precisarão passar... Da
própria sociedade, como é hoje,
efetivamente, em direção a uma
sociedade da informação, para
que essa sociedade esteja mais
conectada. Por exemplo, alguém
que possa estar dentro de uma
grande corporação e ser capaz de
conduzir a transição da corpora-
ção: não é o especialista que fica
lános computadores, fazendo site;
éalguémcapazdemudar acabeça
de quem está lá dentro, mudar
com a transformação.
JRWP –Umespecialista emmu-
danças.
Pedro – Alguém que seja capaz
de transformar, trabalhar com os
profissionais experientes da orga-
nização que ainda não são “digi-
tais”, demodernizar os processos,
eleprecisa ter umavivênciadigital
muitogrande,mas tambémprecisa
ter uma abertura comportamental
de compreensão, diálogo. Acho
queesseprofissional vai ser omais
valorizado domercado, porque é
o mais escasso. Hoje, temos pro-
fissionais muito experientes em
determinadas coisas,mas eu sinto
falta de profissionais que sejam
capazes de entrar numa grande
organização e serem respeitados
dentro dela.
JRWP – Ou seja, continuam
tendode saber lidar comgente.
Pedro – É fundamental.
JRWP–Conhecer as ciênciasdo
comportamento...
Gracioso – Felizmente, para
os meus netos, gente ainda é
mais importante quemáquina.
Pedro – Sempre será.
JRWP–Deveserpor issoqueavós
enetos seentendem tãobem.
Pedro – Todo esse movimento
atual é um fenômeno de pessoas,
isso aqui é para conectar pessoas.
Todo esse aparato tecnológico só
faz sentido entre pessoas.
JRWP – Muito bom ouvir isso,
Pedro.Obrigado.
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Issogiramuitoem tornoda
competênciadasOrganizaçõesGlobo.
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