Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
          
        
        
          
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          que o “burrinho-do-semieixo-da-
        
        
          retroesteira-acavalou-capaz-até-de-es-
        
        
          tarquebrado-a-gente-dá-um-jeito-mas-
        
        
          leva-tempo”. Os telefones não param
        
        
          de tocar, inclusivecomumaoutracha-
        
        
          madadoclientepotencial.Agora jáum
        
        
          quase ex-futuro cliente. Entra um em-
        
        
          pregadodizendoquenão recebeordem
        
        
          demulher. De casa ligam dizendo que
        
        
          está saindo fumaçadoBoris (você leva
        
        
          um tempãoparaadivinharquedeve ser
        
        
          do
        
        
          
            boiler
          
        
        
          e não do filho chato da vizi-
        
        
          nha idem). As ações das empresas do
        
        
          seu setor subiram, ninguém sabe por
        
        
          quê.Os consultores continuam toman-
        
        
          do notas, o que dá nos nervos. Por fa-
        
        
          lar em nervos, mais da metade das
        
        
          mulheres da empresaparece estar com
        
        
          tremendas TPMs. O cliente liga de
        
        
          novo e pergunta como é que é?Abola
        
        
          está contigo. É fechar o negócio e ver
        
        
          se dá para cumprir depois ou perdê-lo
        
        
          enuncamais conseguir apagar o sorri-
        
        
          so simpático da cara do concorrente.
        
        
          Você temmeia hora para decidir.
        
        
          Uma Sala de Guerra serve para es-
        
        
          sasocasiões.Seelas forem raras, aSala
        
        
          éum luxo.Se forem freqüentes,elapode
        
        
          ser inestimável.ASalaéum instrumento
        
        
          auxiliar de deliberação. Não uma ver-
        
        
          são ornamentada dos centros de plani-
        
        
          ficaçãoedecontroleconvencionais.Seu
        
        
          foconãoestánacoletaeprocessamento
        
        
          da informação, mas na qualificação do
        
        
          julgamento e no encurtamento do tem-
        
        
          po de reação.
        
        
          Osdeterminantesdaviabilidadeeco-
        
        
          nômicadeumaSaladeGuerrasãoovo-
        
        
          lume de informações e o tempo de rea-
        
        
          ção requerido. Os dois fatores conside-
        
        
          rados em conjunto. Setores há em que
        
        
          se trabalha com grande quantidade de
        
        
          informações, mas com tempo suficien-
        
        
          te para tratamento e reflexão antes das
        
        
          decisões.Emoutros, opassodedecisão
        
        
          émuito acelerado, mas as informações
        
        
          necessáriasousãopoucasou jávêmpro-
        
        
          cessadas.A combinação que justifica a
        
        
          montagemdeumaSalaé, portanto, úni-
        
        
          ca: volumemáximo/tempomínimo.
        
        
          Essacombinaçãoocorre, comodisse-
        
        
          mos, emalguns setores econômicos eaté
        
        
          para determinadas funções públicas,
        
        
          como, por exemplo, a funçãodecontrole
        
        
          ambiental.Ocorre, também,emsubsetores
        
        
          desetoresmenosdinâmicoseemsegmen-
        
        
          tos das empresas que atuam nesses
        
        
          subsetores. Para algumas empresas não
        
        
          temsentidoamontagemdeumaSalaque
        
        
          atendaa todas as ramificações internas e
        
        
          externasdo seunegócio.Os custos fixos
        
        
          envolvidospodem inviabilizarum inves-
        
        
          timento dessa magnitude. Mas para es-
        
        
          sas mesmas empresas pode ser interes-
        
        
          sante amontagem de uma Sala setorial,
        
        
          que atenda só um aspecto do negócio,
        
        
          como a comercialização, por exemplo
        
        
          [ver diagrama 2].
        
        
          2.Ênfases
        
        
          Até quase o fim dos anos setenta, a
        
        
          vida econômica eramais simples.Os al-
        
        
          vos dos executivos eram fixos e conhe-
        
        
          cidos.Eracomoatirar emumcoelhopa-
        
        
          radoacinqüentametrosdedistância.Di-
        
        
          fícil, mas com treino e sorte a coisa ia.
        
        
          Nos anos oitenta, os alvos se tornaram
        
        
          móveis. Os coelhos deram para correr
        
        
          para todos os lados. Foi quando os ge-
        
        
          rentes começaram realmente a trabalhar
        
        
          com informação processada. Nos anos
        
        
          noventa, não só os alvos erammóveis,
        
        
          masosexecutivos tiveramquedecidirem
        
        
          movimento.Você tinhaqueacertarocoe-
        
        
          lhode cima de um jipe andando.Agora a
        
        
          coisa ficou um pouco mais complica-
        
        
          da. Os coelhos continuam os mesmos,
        
        
          mas você estámontado em um camelo
        
        
          “Sevocêficar
        
        
          pensandomuito,o
        
        
          mercadosomena
        
        
          suafrente,os
        
        
          coelhosfogem,a
        
        
          princesa
        
        
          desapareceeo
        
        
          cachimbocai.”