Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
          
        
        
          
            62
          
        
        
          das escolhas [o risco e oganho associa-
        
        
          do a cada alternativa]. Essas alternati-
        
        
          vas são expostas, ao lado das informa-
        
        
          ções, no sistema de visualização;
        
        
          • crítica:Aqui estamos nomomento
        
        
          que antecede eprepara adecisão.Nesse
        
        
          ponto, asvárias alternativas sãocompa-
        
        
          radas, os riscoseoportunidadessãoava-
        
        
          liados.Os resultadossãoexpostosnosis-
        
        
          temadevisualizaçãoqueagorapode ser
        
        
          lidoem trêsplanos: i)obásico, de infor-
        
        
          mação, ii) o analítico, de alternativas de
        
        
          decisão e iii) o sintético, de alternativas
        
        
          criticadas de priorizadas;
        
        
          • reação: Esse é o momento de não
        
        
          retorno. Aqui simplesmente escolhe-se
        
        
          amelhor das alternativas de açãoofere-
        
        
          cidas pelo sistema, quepodemuitobem
        
        
          ser a de não fazer nada.
        
        
          Considerações
        
        
          finais
        
        
          Concluímos comum relato eum co-
        
        
          mentário sobre o exemplo, muito sim-
        
        
          ples se comparado com o que normal-
        
        
          mente seenfrentaemumaSaladeGuer-
        
        
          ra,  que demos no início do texto.
        
        
          O relato é para satisfazer aos que
        
        
          porventura tenham ficado curiosos com
        
        
          o fimdahistória–verdadeira, diga-se–
        
        
          da situação enfrentada pelo executivo.
        
        
          O que aconteceu foi que o nosso herói,
        
        
          pressionado, acabou fechando o negó-
        
        
          ciocomocliente.Atéaí tudobem.Quem
        
        
          não quer arriscar é melhor mesmo sair
        
        
          domercado.Oproblema foi queelenão
        
        
          conseguiu entregar amercadoria, epara
        
        
          nãodeixar todomundonamãonemper-
        
        
          der o nome na praça, teve que importar
        
        
          – com prejuízo – de outroEstado.
        
        
          O comentário é sobre como a ques-
        
        
          tão seria tratada se uma Sala estivesse
        
        
          disponível. Em primeiro lugar, todos os
        
        
          problemas, exceto o do
        
        
          
            boiler
          
        
        
          na casa
        
        
          do executivo seriam detectados anteci-
        
        
          padamente, e não comunicados quando
        
        
          já instalados, como foram. O ganho de
        
        
          tempo aqui poderia ser de algunsminu-
        
        
          tos, comonocasodoproblemana fábri-
        
        
          Mesmo porque o tempo gasto com ten-
        
        
          tativade remanejar aprodução, acresci-
        
        
          do do tempo gasto com a indecisão do
        
        
          que fazer e do tempo de importação e
        
        
          entrega, teria sidomaisdoque suficien-
        
        
          teparacolocara fábricaemordemepro-
        
        
          ceder à entreganormalmente. Em suma:
        
        
          haveriamuitomais alternativas ofereci-
        
        
          das à escolha do executivo e commais
        
        
          tranqüilidade. Os possíveis efeitos teri-
        
        
          am sido discutidos, e assim por diante.
        
        
          Finalmente, o treinamento do executivo
        
        
          teria feito comque a questãoprioritária,
        
        
          no caso a ameaça de incêndio em sua
        
        
          casa, fosse resolvida em primeiro lugar.
        
        
          Eessaera realmenteaquestãoprioritária.
        
        
          Foi por trabalhar preocupado com um
        
        
          problema pessoal de equacionamento
        
        
          fácil [um telefonema para o porteiro e
        
        
          dezminutos para receber notícias] que
        
        
          o executivo errou. Também aqui nada
        
        
          de novo. Um pensador dos primórdios
        
        
          da filosofia grega,Anaximandro, já di-
        
        
          zia que um dente, se comparado com o
        
        
          resto do corpo e com a força do espíri-
        
        
          to humano, é uma coisa insignificante,
        
        
          masqueninguémconseguepensar com
        
        
          dor de dente.
        
        
          ca, oude dias, comonos casos das difi-
        
        
          culdades no
        
        
          
            show-room
          
        
        
          e do aperto do
        
        
          cliente. As informações necessárias à
        
        
          decisão teriam sidomais completas e o
        
        
          tempo disponível para análise, muito
        
        
          maior. O compartilhamento e análise
        
        
          cognitiva teriam evidenciado que um
        
        
          cliente que telefona três vezes pergun-
        
        
          tando sobre a disponibilidade de mer-
        
        
          cadoriaestásemalternativas.Nessascir-
        
        
          cunstâncias, é claro que teria sido per-
        
        
          feitamente possível negociar prazos.
        
        
          “Masdeve-se
        
        
          evitaroriscodos
        
        
          ‘viciadosem
        
        
          adrenalina’,que
        
        
          têmatendência
        
        
          decriar  crises
        
        
          ondeelasnão
        
        
          existem.”
        
        
          “Foipor trabalhar
        
        
          preocupadocom
        
        
          umproblema
        
        
          pessoalde
        
        
          equacionamento
        
        
          fácilqueo
        
        
          executivoerrou.”
        
        
          
            Nota
          
        
        
          
            1
          
        
        
          
            (As Técnicas deConclavemais utilizadas hoje emdia sãoas compreendidas nas ordens de i) desordem experimental,
          
        
        
          
            como o
          
        
        
          brainstorming
        
        
          
            ; ii) matrizes de inter-relacionamento, como a Matriz de Impactos Cruzados e iii) árvores de
          
        
        
          
            seqüenciação, comoasÁrvores deProblemas.Amaioriadessas técnicas temuma longahistória,mas nos últimos cinco
          
        
        
          
            anos, como resultadoda economiadigital e daglobalização, foi feitoum esforçoponderável de sistematização e foram
          
        
        
          
            aperfeiçoadosmuitos desses instrumentos. Aqui apenasmencionamos alguns deles. Uma exposição atualizada, mesmo
          
        
        
          
            que superficial, sobre esse temamereceria não apenas um artigo, mas um livro, senão vários volumes.
          
        
        
          
            
              •HermanoRobertoThiry-Cherques
            
          
        
        
          –Graduado emAdministração pelaEscola
        
        
          Brasileira deAdministraçãoPública e deEmpresas (EBAPE) da FGV, doutor em
        
        
          Ciência pelaCoppe/UniversidadeFederal doRiode Janeiro eSêniorResearcher
        
        
          daUniversity ofMaryland, College Park.