Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
          
        
        
          
            61
          
        
        
          bilidade e poder de regeneração ante o
        
        
          inesperado. E isso só se consegue com
        
        
          muito treinoecom simulações constan-
        
        
          tes. O que nos remete para o segundo
        
        
          grupo de ações.
        
        
          A previsão é a segunda função de
        
        
          umaSala.Oquenãoquer dizer que seja
        
        
          uma função secundária. Longe disso.
        
        
          Além do que resolver crises e agarrar
        
        
          oportunidades, oobjetivodeumaSalaé
        
        
          o de não permitir que as crises se insta-
        
        
          lem eque as oportunidades se esfumem
        
        
          no ar. E isso se consegue acompanhan-
        
        
          do os pontos sensíveis, prevendo even-
        
        
          tos potenciais e alertandoos segmentos
        
        
          daempresaquepodemserafetados.Mas
        
        
          atenção: trata-sedeprevisão,nãodepre-
        
        
          venção. Uma Sala não é e não substitui
        
        
          órgãos de planejamento, de estudos de
        
        
          mercado ou de controle de qualidade.
        
        
          Muitomenos pode tomar o lugar da di-
        
        
          reção da empresa nem de suas assesso-
        
        
          rias jurídica, de imprensa, etc.Esses são
        
        
          segmentos de atuação continuada, com
        
        
          responsabilidade de prevenção e corre-
        
        
          ção de rumos. São segmentos com os
        
        
          quais a Sala interage e que devem ser
        
        
          alertados sobre possíveis crises e opor-
        
        
          tunidades.Opapel daSalaéodavigília
        
        
          continuada e atuação tópica.
        
        
          6.Funcionamento
        
        
          saéumahabilidadenatural– istoé, apa-
        
        
          rentemente,hápessoasdotadaspara isso
        
        
          – e que se consegue aperfeiçoar com
        
        
          tempo e dedicação. Para quem não en-
        
        
          tende do assunto e tem a oportunidade
        
        
          de assistir, por exemplo, a umoperador
        
        
          de negócios atuando, a impressão é de
        
        
          que tudonãopassade sortee inspiração
        
        
          súbitas ou de azar associado à
        
        
          irresponsabilidade delirante.Mas não é
        
        
          assim. Essaspessoas “sentem”as situa-
        
        
          ções.Oque aSala, com todoo seu apa-
        
        
          rato faz, é potencializar ao máximo as
        
        
          condições de exercício dessa
        
        
          habilidade ou desse dom.
        
        
          •alarme: Percebidoo
        
        
          sinal deameaçaouopor-
        
        
          tunidade, o segundo pas-
        
        
          so é o de acionar o que os
        
        
          militares chamam, com
        
        
          propriedade, de “dispo-
        
        
          sitivode alarme”;
        
        
          • captura e
        
        
          filtragem:Esseé
        
        
          outro momento
        
        
          críticodaseqüên-
        
        
          cia de reação. É
        
        
          quando a capaci-
        
        
          dade instalada e
        
        
          as habilidades
        
        
          disponíveis,
        
        
          após o alarme
        
        
          inicial, são lançadas à pro-
        
        
          cura de dados [informações
        
        
          brutas] e informaçõesquepossam
        
        
          apoiar adecisão.São trêsasquestões
        
        
          a serem respondidas, quase  simultanea-
        
        
          mente, aqui: i)que informaçõesexistem?
        
        
          ii) quais interessam? iii) qual a sua
        
        
          confiabilidade?;
        
        
          • compartilhamento: Nessemomen-
        
        
          too resultadoda filtragemédispostono
        
        
          sistema de visualização. Outro ponto
        
        
          sensível.A alimentação do sistema tem
        
        
          que ser administrada de forma que se
        
        
          possam extrair conclusões válidas. Isso
        
        
          significaqueo sistemadeve ser alimen-
        
        
          tado em uma ordem preestabelecida e,
        
        
          principalmente, que não deve ser
        
        
          saturado com informações menos rele-
        
        
          vantes;
        
        
          •  análisecognitiva:Disponibilizadas
        
        
          as informações, têm lugar os processos
        
        
          de avaliação e julgamento. Os proces-
        
        
          sos de deliberação compartilhada (Téc-
        
        
          nicas deConclaves), para funcionarem,
        
        
          requeremescolhae treinamento.Emou-
        
        
          tras palavras, épreciso eleger as que se-
        
        
          rão utilizadas e treinar intensamente a
        
        
          equipe de forma que se possa trabalhar
        
        
          “de ouvido”
        
        
          1
        
        
          ;
        
        
          • síntese: As Técnicas de Conclave
        
        
          raramenteoferecemumadecisãoacaba-
        
        
          da.Asua aplicação resulta em alternati-
        
        
          vas para decisão e no peso ponderável
        
        
          A informação útil para decisão em
        
        
          uma Sala deGuerra é aquela que guar-
        
        
          da correlação com as metas imediatas
        
        
          da empresa. Decisões estruturais, mes-
        
        
          moas referidasaobjetivosdecurtopra-
        
        
          zo, são tratadasemoutrosníveis.O tem-
        
        
          po que conta aqui é o tempo de respos-
        
        
          ta. Uma Sala destina-se a evitar emer-
        
        
          gências e a lidar com o inesperado e o
        
        
          imediato.A seqüência crítica do esque-
        
        
          ma decisório característico nessas cir-
        
        
          cunstâncias temaseguinteconfiguração:
        
        
          • sensoriamento: É a capacidade de
        
        
          detectaroquesepassanoambiente ime-
        
        
          diato emediato de atuação da empresa
        
        
          que iráacionar todoomecanismode in-
        
        
          formação/decisão. Estar antenado, vol-
        
        
          tadopara oque pode impactar a empre-
        
        
          “Aseleçãodeve
        
        
          estarcentradaem
        
        
          pessoasque
        
        
          trabalhambem
        
        
          sobpressão
        
        
          continuada.”