Maio_2008 - page 112

R E V I S T A D A E S P M –
MAIO
/
JUNHO
DE
2008
Educação
Intercultural
112
Assistimos assim a um momento
históricocaracterizadopor imponen-
tes fluxos migratórios, fundamentais
transformações sócio-econômicas-
políticas eaumencontrodeculturas
e relações dentro e fora de nossas
empresas.Noúltimo relatóriodo IRC
(International Relocation Council),
69% dos expatriados dizem que o
número vem crescendo e, desde o
primeirorelatório realizadoem1994,
estepercentual temaumentado.Num
contexto assim as empresas vêm se
tornando micro-sociedades multi-
culturais, (lembrando-nos o antigo
conceito de melting-pot), estando
seus parceiros presentes física ou
virtualmente,mascertamente todos
em contato. Portanto é hora de en-
frentarmos sem receio a complexi-
dade da gestão da diferença.
2.
EDUCAÇÃO
INTERCULTURAL: UMA
PEDAGOGIAVOLTADA
PARAADIVERSIDADE
A todoessepanoramanasceuma res-
postacorretaem termospsico-peda-
gógicos: a Educação Intercultural.
Não podemos negligenciar a
contínua transformação do tecido
linguístico, socialecomportamental
queestamos sofrendo, restringindo-
nosaumamiopiaculturalcotidiana,
sem futuro, sem projetos e que
segue nos levando para o mesmo
caminho: do etnocentrismo. Tentar
explicar esse fenômeno parece ser
tarefa da chamada Educação Inter-
cultural que, de acordo com Ulf
Hannerz,professordaUniversidade
de Estocolmo, serve para “inculcar
sensibilidade, um
savoir-faire
tato,
fundamental, e talvez uma apre-
ciação de outras culturas que são
de uma importância estratégica
especial para a consecução dos
objetivos pessoais ”.
Portera (2003) define dois tipos de
modeloeducacional relacionadoao
encontro interculturas:um,centrado
num modelo fechado (della chiu-
sura) onde encontramos respostas
que tendem a desenvolver uma
pedagogia da hiperidentificaçãona
própria cultural nacional e/ou étni-
co-nacionalista. Esse percurso edu-
cativo coloca “ooutro” fisicamente
distante, seja psicologicamente
como socialmente, sempre “fora”,
marcadopela distância, delimitado
por um vazio que não se busca
conhecer; ao contrário, que suscita
medo, ansiedade. Nesses modelos
fechados a realidade de outro país
vem sempre apresentada de ma-
neira cristalizada, estereotipada,
distante, perfeitamente delimitada
por fronteirasediferençasededifícil
compreensão. Muitos dos compor-
No último relatório
do IRC (International
Relocation Council),
69% dos expatriados
dizem que o número
vem crescendo e,
desde o primeiro re-
latório realizado em
1994, estepercentual
tem aumentado.
ULFHANNERZ
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