Maio_2008 - page 115

MAIO
/
JUNHO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Andréa
Sebben
115
A construção de uma empresa
internacional deveria passar,
anteriormente, pelo desenvolvi-
mento intercultural. A questão
é: existe internacionalização
sem intercultura? Acreditamos
que não. A verdadeira aceitação
e celebração da diversidade
cultural passa por meio de uma
educação à diferença, porque
educar a intercultura não signi-
fica transformar todos os indi-
víduos em iguais, eliminando
as diferenças, caminhando em
direção a algo que os assemelhe
ou os torne mais parecidos. Ao
contrário; é redescobrirmos
nossas diferentes identidades,
nossos diferentes valores, a
especificidade cultural que nos
faz originais, únicos e especiais.
É necessário um mapa mental
disponível ao acolhimento e
à solidariedade, ao mesmo
tempo inculcado em realidade
e obstáculos cognitivos como o
preconceito, o estereótipo e as
generalizações que fazemos ao
tentar compreender o diferente.
Fechar-se para a diversidade
cultural significa o que Levi-
Strauss nos lembra ao dizer que
a única fatalidade que pode afli-
gir um grupo humano é impedi-
lo de realizar plenamente sua
própria natureza, tornando-o,
portanto, solitário. É importante
aprendermos dentro de nossas
empresas a respeitar a diversi-
dade, preservá-la, estimulá-la.
A supressão das diferenças não
geraria apenas perigos em nível
culturalmas riscos de normaliza-
ção e uniformização do compor-
tamento humano. O pior seria
criarmos ummundo indiferente.
Não podemos aspirar a interna-
cionalização se não estivermos
ancorados no local e, aomesmo
tempo, quanto mais generosos
formos em âmbitomundial, mais
seremos capazes de respeitar
o outro e fortalecermos nossa
identidade nacional. Essa é a
raiz da diversidade cultural: o
reconhecimento da liberdade
de ser e estar, e em diferentes
formas de ser humano.
ANDRÉASEBBEN
Psicólogacom formaçãonaUniversidad
ComplutensedeMadrid (Espanha) ena
PUCRS (Porto Alegre); mestre em Psi-
cologia Social (UFSC − Florianópolis);
membro da IACCP (International Asso-
ciation for Cross-Cultural Psychology).
LEVI-STRAUSS
,Claude (1984)-Losguardoda
lontano.- Torino:Einaudi.
HANNERZ
,U. (1996)- Transnational connections:
culture,people,places.- Routlege.
PORTERA
,A. (2003)-Pedagogia interculturale in
Italiae inEuropa:aspetti epistemologici edidattici
FABRIS
,A. (2002)-Comunicazioneemediazione
interculturale.- Prospettiveaconfronto.
Pisa:Edizioni ETS.
BAUMANN
,Z. (2001)-Modernidade líquida.-
RiodeJaneiro:JorgeZahar
BIBLIOGRAFIA
A verdadeira aceitação e celebração
da diversidade cultural passa atra-
vés de uma educação à diferença
porque educar a intercultura não
significa transformar todos os indi-
víduos em iguais, eliminando as
diferenças. Ao contrário é redesco-
brirmos nossas diferentes identi-
dades, nossos diferentes valores, a
especificidade cultural que nos faz
originais, únicos e especiais.
ES
PM
Google Images
1...,105,106,107,108,109,110,111,112,113,114 116,117,118,119,120,121,122,123,124,125,...132
Powered by FlippingBook