Flavio
Dias
setembro
/
outubro
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
19
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Nãodápara ter um sortimento
tãoamplo, na loja física.
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î
casos de sucesso: profissionais que
trouxemos da área comercial física
equehojebrilhamnoe-commerce.
Mas amaioria veio de fora, já com
experiênciadecomércioeletrônico.
Gracioso–Sevocêcompararos
R$10bilhõesquedizemqueserão
movimentadoscoma internetno
Brasil em 2009, comosR$ 400ou
R$ 500 bilhões do varejo de ou-
tros serviçoseveículos, admitirá
quese tratadeumapercentagem
muito pequena. Até onde o e-
commercepode aindacrescer?
Flavio–Ovarejovirtual total ameri-
canochegaauns7%departicipação.
Se,noBrasil,édeR$10biparaR$400
bi, entãohá aindamuitoque crescer.
Seu comentário é inteligente, mas
talvez não seja essa a maneira mais
correta de olhar a questão. Se você
considerar a indústria de informática,
de todososcomputadoresenotebooks
vendidosnosEstadosUnidosem2008,
41% foramvendidospela internet.Em
livros,opercentualé 35%.Essetipode
estatísticaémaisrevelador.NosEstados
Unidos,ocomércioeletrônicocrescea
taxasde15%a20%,enquantoovarejo
físicoestáseretraindooucrescepouco.
Emalgumascategoriasovarejoeletrô-
nicojáatingiuumestágioimportante.A
indústriaonlineamericanadeviagens
(quenãoéumacategoriadeproduto,
masdeserviço),representamaisdame-
tadedoqueécomercializadoportodas
asagênciasfísicas.OmercadodoBrasil
aindaestáengatinhando.Acreditoque
podemos chegar a uma etapa onde a
metadedos computadoresbrasileiros
serãovendidospela internet;40%dos
eletrônicos do Brasil serão vendidos
pela internet,viagensaindavaicrescer
muito... Esse é um processo natural
que queremos acelerar. Acho que,
com a entrada de grandes “players”
no e-commerce – comoCasas Bahia,
Walmart,PontoFrioeagoraoCarrefour
–, a penetração cada vez maior de
computadores, na classe C, a banda
largaseexpandindo,oe-commercese
beneficiarámuito.
Pastore–Aliás,ontemfoiaprovada
a internetviaredeelétrica.
Gracioso – É ummercadonovo
queseabre.
Flavio – Nesse sentido, podemos
pensar que, nas turmas que estão se
formando hoje na ESPM, todos os
jovens nasceram com a internet, são
pessoas com o hábito de navegar
todo dia como algo completamente
natural. E essas pessoas – que estão
começandoaentrar na idadeecono-
micamente ativa – vão considerar a
comprapela internetcomoalgomuito
natural. Se juntarmos tudo, ocenário
é muito positivo. Acreditamos que
omercado de comércio eletrônico
vai continuar crescendo noBrasil a
taxas altíssimas, nos próximos 10
anos – diriamais, acho que haverá
taxas altas dedois dígitos decresci-
mentodemercado, continuamente.
Pastore – Você citou a che-
gada de importantes “players”.
Qual foi o impacto da entrada
doWalmart e de outras grandes
empresas, comoCasasBahia, no
cenáriobrasileiro?
Flavio – A ação de empresas desse
porte favorece todoomercadobrasilei-
ro,semdúvida.NocasodaCasasBahia,
principalmente, pelo tipo de público
que ela atinge. Muito se fala sobre a
importância da classe C no acesso à
internet e, cadavezmais, noconsumo
na internet,mas ainda se tratadeuma
classeque temumpoucodereceioem
consumir.VocêcitouoWalmarteCasas
Bahia,maseuacrescentariaBomPreço,
noNordeste, eBignoSul dopaís: são
empresas/marcas em que as pessoas
daclasseCconfiam, por conhecerem-
nas desde pequenas. Sua presença na
internetdásegurançaparapessoasque
nuncahaviamconsumidopelawebou
quelevariammaistempoparafazerisso.
Gracioso–O índicededescon-
fiança dos próprios internautas
aindaé alto?
Flavio –Trabalhamos num nível de
confiançasegundooqualoqueoe-bit
costumamediréoíndicedeconfiança,
que vem aumentando bastante. Este
índicejáfoide70%epoucos,passando
por 80%, 85%, eagoraestáchegando
aos90%.Mas certamenteexisteainda
umcontingentedepessoasreceosasde
usar o cartão de crédito, de se expor
e colocar as informações na rede. In-
felizmente, nossamídia demassa não
contribuimuitopara isso. Sempreque
saiumanotíciadecomércioeletrônico
na internetoude internetnosprincipais
jornais,éparafalardepessoasqueforam
fraudadas,quetiveramoscartõesclona-
dos, dequadrilhas de fraudadores que