REPRESENTAÇÃO FEMININA
A mulher sempre foi uma fonte de inspiração na publicidade.
Além dos artistas aqui citados, convém lembrar nomes como Jules
Cheret, AlphonseMucha e Toulouse-Lautrec, na França, e Edward
Penfield, nos Estados Unidos, que utilizaram amulher como tema
central de suas pioneiras peças publicitárias. Embora omovimento
feminista do início do século tenha sido fator político cultural
relevante, segundo Marc Loiseau, a mulher permanecia como
objeto de desejo.
E os anúncios do
Almanak Laemmert
e do
Livro de Ouro
registravam conceitos, valores e percepções subjacentes à
diversidade das representações do feminino. Elas não se
apresentavam lineares e homogêneas. A imagem da mulher está
ali presente de trêsmodos: alegórica, realista e ficcional.
Nestamultiplicidade, não se pode colocar nas mesmas raízes a
representação feminina “clássica”, como aparece no anúncio da
Sul America
, e a dasmulheres presentes no anúncio deGuilherme
Xavier deMiranda, ou a Cecy, transposta da literatura, do anúncio
da
Hervataria Guarany
.
Esses anúncios representam um período de transição –
subsequente à Primeira Guerra e anterior ao movimento
Modernista brasileiro –, e portanto de convivência, entre distintas
representações damulher no contexto damensagem publicitária.
Representação alegórica femininano anúncio daSul America.
Representação realista feminina no anúncioGuilhermeXavier deMiranda.
Representação ficcional feminina no anúncio daHervatariaGuarany.
Pode-se, enfim, afirmar que, desde a influência clássica, emque
o feminino representaobelo, atéos anos1920, emqueapresença
da melindrosa evidencia o início da liberação feminina, a mulher
representou, em todo o século XX, o centro das atenções dos
anunciantes, como elemento fundamental nas decisões da família.
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