Maio_2008 - page 85

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MAIO
/
JUNHO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Entre as nações que detêm o poder
– e outras que são consideradas
aspirantes a ele (como as que com-
põem o grupo denominado BRIC
3
)
– os Estados Unidos e o Brasil
destacam-se pela grande diversi-
dade cultural ou pela existência
simultânea de grande número de
co-culturas. Acredito que muito
resta a ser analisado e estudado,
tanto no que se refere aos nossos
prósperos quase-vizinhos do norte,
ondealguns grupos culturais detêm
claramente gordas fatias hegemô-
nicas de poder, como em relação
ao nosso Brasil, em que diversos
fatores históricos e sociais também
distorceram,deváriosmodos,apos-
sível edesejávelobjetividadede tais
análises. Parece-me, contudo, que
as clivagens culturais eeconômicas
ocorridas láeaqui têm sidobemdi-
versas e que pode haver um grande
potencial, ainda, a ser explorado
positivamente, em nossopaís
4
.
COMUNICAÇÃO
VERBAL ENÃO-VERBAL
“Cada nova língua que aprendemos
revela-nos ummundo novo.”
LudwigWittgenstein
As comunicações verbais e não-
verbais fazempartedoequipamento
de comunicação de cada indivíduo
–pela interiorizaçãodossignificados
– e são aprendidas, por ele, da cul-
turaqueo rodeia.Seadicionarmos,à
descriçãodoprocesso, a suacrono-
logia: primeira infância/ambiente
familiar, fase pré-escolar/início de
socialização, fase escolar/escola/
grupos de influência etc., vamos
perceber a rica e elaborada justa-
posição de “camadas” de símbolos
verbais e não-verbais que se vão
constituir nos aparatos finais que
permitirão às pessoas comunica-
rem-se com as demais.
Háduasconstataçõesquemerecem
ser destacadas num roteiro que se
destinaa facilitaroencaminhamen-
todas comunicações interculturais.
Aprimeira refere-seàsgrandesdife-
renças que podemos encontrar nos
significadosdaspalavras,em relação
a indivíduosdeumamesmacultura,
tanto concretas como abstratas.
Cachorro soa bem para a criança
que cresceu numa família que o
tinha como animal de estimação, e
éassustador paraaque foimordida
pelomastimdovizinho. Liberdade,
loucura, religião ou oportunidade
podem ter interpretações significa-
tivamentediferentesdeacordocom
os interlocutores.
A segunda consiste na experiência
que tiveram todas as pessoas que
aprenderamacompreendereexpres-
sar-secomfluênciaemumasegunda
língua, especialmente quando bem
diversa do seu idioma nativo: a
descobertadassemelhançasculturais.
Os exemplos sãomuitos, mas consi-
dero particularmente expressivos os
estudos comparativos de provérbios
e ditos populares, que revelam – ao
ladode frasesesituaçõespeculiaresa
certasculturas–outrasquesãoprati-
camente idênticas, em português,
inglês, chinês ouurdu.
As comunicações verbais e não-ver-
bais fazem parte de cada indivíduo
–atravésda interiorizaçãodos signifi-
cados – e são aprendidas, por ele, da
cultura que o rodeia.
Aprimeira refere-seàsgrandesdiferençasque
podemosencontrarnos significadosdaspala-
vras, em relaçãoa indivíduosdeumamesma
cultura, tanto concretas como abstratas.
;-) :-(
:-P
Os oito aspectos não-verbais da comunicação:
apresentação pessoal, espaço e distâncias,
gestos-expressões-movimentos, toque, contato
visual, tom e volume de voz e cheiro/aromas.
Ð
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J. Roberto
Whitaker Penteado
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