Maio_2008 - page 75

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MAIO
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JUNHO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
fraquecimento” da própria noção de
realidadequedelineiamahipóteseda
realizaçãodeprocessodecriaçãoede
liberdadeno interiorda“sociedadeda
comunicaçãogeneralizada”:
“Contrariamente ao que a sociologia
crítica acreditou durante longo tempo
– e comboas razões, infelizmente – a
massificaçãoniveladora,amanipulação
do consenso, os erros do totalitarismo
não são o único resultado possível do
adventodacomunicaçãogeneralizada,
dosmassmedia, da reprodutibilidade.
Paralelamente à possibilidade – que
deveserdecididapoliticamente–desses
resultados, abre-se uma possibilidade
alternativa:defato,oadventodosmedia
comporta igualmente uma acentuada
mobilidadeesuperficialidadedaexpe-
riência que contrasta com as tendên-
cias para a generalizaçãododomínio,
dando lugar, entretanto, aumaespécie
Se com a multiplicação das imagens do
mundo perderemos o sentido da realidade,
como se diz, talvez não seja, afinal, grande
perda. Pela sua perversa lógica interna, o
mundo dos objetos mensuráveis emanipu-
láveis da ciência-técnica (omundo do real,
segundo ametafísica), tornou-seummundo
demercadorias,deimagens,ofantasmagórico
mundodosmassmedia.
Ð
Montagem:MiriamDuenhas
objetos mensuráveis e manipuláveis
da ciência-técnica (omundo do real,
segundo a metafísica), tornou-se um
mundodemercadorias, de imagens, o
fantasmagóricomundodosmassmedia.
Deveremos contrapor a esse mundo
a nostalgia de uma realidade sólida,
unitária,estávelecom legitimidade?Tal
nostalgiacorreoriscodesetransformar,
continuamente, num comportamento
neurótico,numesforçodereconstrução
domundodenossainfância,noqualas
autoridadesfamiliareseram,aomesmo,
ameaçadorase reconfortantes”
9
.
É, de fato, o ambíguo e o desen-
raizamento provocado pelo “en-
1...,65,66,67,68,69,70,71,72,73,74 76,77,78,79,80,81,82,83,84,85,...132
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