Maio_2008 - page 81

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MAIO
/
JUNHO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Meu pai, que dedicou boa parte de
sua vida ao estudo e ao ensino da
comunicação, disse-me, certa vez:
- Creio que estou chegando à con-
clusão de que a comunicação entre
as pessoas é impossível.
paraestaoutraexpressão incômoda.
Tomandoemprestadaumadefinição
prática
2
: cultura é o conjunto de
normasque tornapossível o funcio-
namento de um grupo social.
A questão da comunicação entre
grupos de culturas diferentes é
praticamente tão antiga quanto a
humanidade, e uma observação
cínica talvez fosse a de que a
históriadessamesmahumanidade
tenha sido escrita em função dos
conflitos provocados pela falta
dessa comunicação.
Além disso, já se afirmou que exis-
tempraticamente tantasdefiniçõesde
culturas quanto existem diferentes
culturas, no planeta... um exagero
que sónos pode levar à ousadia de
tentar – igualmente – iniciar este
roteirobuscandouma simplificação
Tomando emprestada uma definição prática:
culturaéoconjuntodenormasque tornapossível
o funcionamento de um grupo social.
COMUNICAÇÃO
ECULTURA
“Cada história pode ser
contada de váriasmaneiras.”
Provérbio grego
Atribui-se aVoltaire a preocupação
constante – e saudável – de definir
os termos, antes de iniciar um
debate – ou mesmo uma simples
conversa – sobre qualquer assunto.
No casopresente, confessoqueme
vejo diante de duas áreas de difícil
definição. Meu pai, José Roberto
Whitaker Penteado, que dedicou
boa parte de sua vida ao estudo e
ao ensino da comunicação
1
, disse-
me, certa vez, entre sério e irônico:
-
Creioque estou chegando à con-
clusãodequeacomunicaçãoentre
as pessoas é impossível.
Dequalquermodo,paraefeitodeste
roteiro – e para não o complicar
indevidamente – fiquemos com o
conceito etimológico do termo:
o latim
communis,
de comum,
comunhão, ocompartilhamentode
um significado entre dois ou mais
indivíduos.
Imagem: BridgemanArtlibrary
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