Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
          
        
        
          
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          região tais informações podem associ-
        
        
          ar-se numa síntese criativa?
        
        
          Criatividade, na prática, em ação,
        
        
          não temNADA a ver com essas divul-
        
        
          gações neuropsicologistas sobreo cére-
        
        
          bro. Louis Pasteur sofreu comoção ce-
        
        
          rebral gravíssima, que lhe destruiume-
        
        
          tade do cérebro. Entretanto, depois dis-
        
        
          so, fez algumas de suas mais notáveis
        
        
          descobertas.
        
        
          •   •   •
        
        
          Assim,umhomemdemarketingnão
        
        
          seriaabsolutamenteumprofissionalque
        
        
          usasse mais seu hemisfério direito do
        
        
          que o esquerdo (caso fossem essas de
        
        
          fato as origens dos dois principais pen-
        
        
          samentos humanos): tal indivíduo seria
        
        
          um grande excêntrico, infenso a técni-
        
        
          casmodernasdemarketing,dignodeser
        
        
          demitido no primeiro dia de trabalho!
        
        
          Um homem demarketingREALMEN-
        
        
          TECRIATIVO,queusasuaCriatividade
        
        
          para o Sucesso, operaria, em 99% dos
        
        
          casos (sic), com o hemisfério
        
        
          
            esquerdo
          
        
        
          – oRACIONAL –, deixando para o di-
        
        
          reito,ocriativo, aquele1%dosseuspro-
        
        
          blemas demarketing, embora sejam os
        
        
          únicos cuja solução “garantem 50 mil
        
        
          dólares”. (Mas até essa hipóteseme pa-
        
        
          receprimária, em facedoprimarismoda
        
        
          tese que estou comentando...)
        
        
          E, finalmente: mesmo que a Criati-
        
        
          vidadeprovenhadohemisfériodireitoe
        
        
          nãodo esquerdo– e daí?Que diabova-
        
        
          mos fazer com essa “descoberta”?Dor-
        
        
          mir com a cabeça apoiada no lado es-
        
        
          querdoounodireito?  Dar pancadinhas
        
        
          no ladocertoparaacordaras idéias?  Ou
        
        
          deixar sobre ele um saco de água quen-
        
        
          te até que ocorra umEureka?
        
        
          •   •   •
        
        
          Tudo issoestavaexpostoemmeuci-
        
        
          tado livro quando, após lançamento da
        
        
          1.
        
        
          a
        
        
          edição, saíram no Brasil duas obras
        
        
          de referência: a de Sally P. Springer e
        
        
          GeorgeDeutsch,
        
        
          
            Cérebro esquerdo, cé-
          
        
        
          
            rebro direito
          
        
        
          (Summus, 1998); e a de
        
        
          Robert Ornstein, Amente oculta – en-
        
        
          tendendo o funcionamento dos hemis-
        
        
          férios (Campus, 1998).Ameu ver, elas
        
        
          esgotam, ao nível dos conhecimentos
        
        
          atuais, todos os termos dessadiscussão.
        
        
          
            Cérebro esquerdo, cérebro direito
          
        
        
          é
        
        
          considerado “um clássico sobre as dife-
        
        
          renças entre os hemisférios cerebrais”.
        
        
          É volumoso (412 págs.), impresso em
        
        
          corpo pequeno, fartamente documenta-
        
        
          do e bibliografado.
        
        
          
            A mente oculta
          
        
        
          ,
        
        
          publicadaoriginalmentequatroanosde-
        
        
          pois, é um ensaio bem menor (195
        
        
          “Seelassão
        
        
          verdadeiramente
        
        
          representativas,
        
        
          entãoométodode
        
        
          Edwardsfunciona
        
        
          enãoqueremos
        
        
          desafiaro
        
        
          sucesso.”