Maio_2002 - page 106

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Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
resdosprópriospolíticos.Temosvis-
to o que ele tem feito sobre a ética
nocongresso.Nãoprecisa falarbem
do Aécio. A atitude que ele tomou,
de estabelecer mais ética no Con-
gresso, fala por ele. Estou falando
de construir opaís – como você co-
locamuito bem – com a necessária
participaçãodospolíticos.Semeles,
não há condição. E como é que
melhora se até o comportamento
dos políticos? Sabe como? Na co-
municação. Nos Estados Unidos, é
a indústriacinematográfica.Aqui, se
aparecer nanovelaalgum textoque
mexa com a auto-estima do políti-
co, nobom sentido, é capazdemu-
dar o seu comportamento. Não só
para nós, cidadãos. Serve para o
comportamento de qualquer seg-
mento. Por isso, é que a comunica-
ção é necessária. É a sua atitude,
aqui, que faz com que os alunos, a
Escola toda tenhaética, tenhaa ima-
gem que tem. Isso é propagado de
algumamaneira. Todomundo tira o
chapéuparaaESPM. Isso, vocênão
conseguiudegraça; não conseguiu
com campanhas publicitárias. Você
construiu isso com feitos, com valo-
res. Assim, é que se espera que os
políticos e que o governo ajam. Por
que político é desmoralizado e se
nivelaporbaixo?Porquepoucossão
aquelesqueaparecemcomchances
de mostrar tarefas. Por isso é que
sou favorável aosprojetos.Oproje-
to do Aécio Neves apareceu na
mídia.Algunsprojetossãoacolhidos
pela mídia, outros não. E tem os
desconhecidos.Porexemplo, citei o
projetodoSivan.Masháváriospro-
jetos que, só, pelo fato de ser rotu-
lados como “plano de governo”, fi-
camcomopéatrás.Noentanto, são
projetos importantes, comoo “Avan-
ça Brasil” com um investimento de
mais de 300 bilhões de dólares na
áreasocial dopaís.Masdizem: “Ah!
Issoaí épropaganda.”Esseéo lado
que dói. Esse é o lado dos meus
90%da frustração, do fracasso. Eo
projeto é bom. Há camarada em
Brasília, chamado Silveira, que faz
esses projetos chamados “Avança
Brasil”. Ele é engenheiro; ele reta-
lhou o mapa brasileiro, ampliando
navegação, estrada. É fantástico
assistir a uma palestra desse ho-
mem – com feitos, com fatos, com
números e tudo que já está pronto.
O cidadão brasileiromal conhece o
que está lá pronto.
JR–Seráqueesses filmesnorte-
americanos– feitosparavalorizar
opresidentedosEstadosUnidos,
apolícianorte-americana–não ti-
veramuma influênciapositivanos
próprios brasileiros que, de re-
pente, começam também a valo-
rizar essas coisas?
Alex – Eu diria que sim, porque se
um filme norte-americano chega a
mudar openteadonumamoçaaqui
no Brasil, se o filme norte-america-
no faz a gentemudar de sapato.
JR–OefeitodissonoBrasil seria
positivoounegativo?
Alex–Por exemplo,Mr. Smithgoes
to Washington é a história de um
senadordo interiordosEstadosUni-
dos,queéeleitoevai paraWashing-
ton. Chegando lá, ele fica deslum-
bradoaté comoprédio. Uma jorna-
lista o conduz até a sala etc. O en-
redo émuito bem feito. Nomeio do
filme, ele depara com um outro se-
nador, corrupto. O filme levava os
Estados Unidos ao êxtase, ao ver
comoéqueum simples senador do
interior conseguiadenunciar oscor-
ruptosdeWashington. Eébaseado
emhistória verdadeira. Issoé cons-
trutivo. Lá, eles “limpam a área”.
Outrodia, numanovela, apareceua
históriadeumsenador “caxias”, se-
nador honesto, cuidadoso. A auto-
estimadopolíticoéumadasmanei-
ras demelhorar o caráter dele.
JR –Mas e sobre a figuradopre-
sidenteque, nessemomento, éo
Fernando Henrique, mas daqui a
pouco, vai ser outro?
Alex–Esseéum cidadãoacimado
bem e domal.
JR – Sim, mas esse cidadão tem
acesso aos meios de comunica-
ção.Pela lei brasileira, seopresi-
dentedeseja falaraopovo,elenão
pode, simplesmente, requisitar o
temponaTV?
Alex – Você falou uma coisa mági-
ca.Elepode.Masagentevêascoi-
sas como a gente é e não como as
coisas são. Cada pessoa vê essa
“Comunicaçãoé
umaexplicaçãodo
queestoufalando
antesde
acontecer.”
“Eragostosover
uma famíliaunida,
gentesimples, -
nãoeramricose
eramfelizes.Essas
coisas,paramim,
valemouroem
pó.””
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