Maio_2002 - page 114

119
Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
O final dos anos 80 e adécadade90
forammarcados pelo contínuoprocesso
dereestruturaçãodosetor,atravésdeuma
série de fusões e aquisições ocorridas
entre as gigantes do mercado. Esse fe-
nômeno caracterizou-se pela busca da
rentabilidade e poder de investimento,
junto com a necessidade de se alcançar
maiormassa crítica para fazer frente ao
crescimento dos custos em pesquisas,
alémdealmejarmaioreficiêncianasáre-
asdedistribuição, industrialemarketing.
NaAméricaLatina,osetormovimen-
touUS$ 23,6 bilhões em 1998 e repre-
sentou7,7%domercadomundial.Entre
os maiores mercados estão, por ordem
decrescente de volume de vendas: Bra-
sil, México eArgentina, que juntos re-
presentam 80% das vendas na região;
seguidosporVenezuela,Colômbia,Chile
ePeru.
OMercosul representa por volta de
50%domercadofarmacêuticolatino-ame-
ricano, com vendas de US$ 12 bilhões.
Brasil eArgentina são osmercadosmais
importantes, com peso de mais de 90%
sobreesse total, sendoeleitospelosgran-
deslaboratóriosmultinacionais, locaispara
a centralização da produção regional. O
processo de realocação das unidades fa-
briseaconseqüenteconcentraçãodos in-
vestimentos em determinados países co-
laborarampara amudança de posiçãodo
mercado brasileiro diante das estratégias
dosmaioresgrupos internacionaisdaárea
farmacêutica.Houve tambémumamoder-
nização do parque industrial e a amplia-
ção ou instalação de fábricas, além do
movimentodeaquisiçõesdeempresasde
capital nacional.
Existem cerca de 350 laboratórios
farmacêuticosnoBrasil,dosquais56são
multinacionais, segundo a Associação
dos Laboratórios FarmacêuticosNacio-
nais (ALANAC).Os laboratóriosestran-
geiros são responsáveis por poucomais
de 70% do faturamento.
Outra característica significativa
sãoosbaixos investimentos empesqui-
sa e desenvolvimento, apesar de essa
indústria ser considerada intensiva em
tecnologia. Os laboratórios instalados
no Brasil gastaram somente US$ 66
milhõesnessaáreaem1999.Apesar do
aumento significativo, cerca de 50%
sobre1998éaindamuitopoucosecom-
parado com os US$ 20 bilhões gastos
com pesquisa nos Estados Unidos no
mesmo período.
As farmáciasedrogariassão respon-
sáveispor 82%dasvendasde remédios.
O restante chega aos consumidores por
meiode instituições públicas e privadas
de saúde, que têm peso de 15%, e dos
convênios das grandes empresas para
compra demedicamentos.
O país tem consumo
per capita
de
poucomais de US$ 50 por ano e cerca
de40%dapopulaçãobrasileiranão têm
acesso aos medicamentos, tendo como
únicaalternativaosprodutos fornecidos
peloSistemaÚnicodeSaúde (SUS).
Segundo a ALANAC, os medica-
mentos éticos–vendidos sobprescrição
médica – representam 92% domercado
e o restante são osmedicamentos
over-
the-counter
(OTC), tambémconhecidos
como medicamentos populares,
comercializados sem necessidade de
prescriçãomédica.
III –Mercado
Brasileiro
O setor farmacêutico cresceu quase
180% no período de 1992 a 1998, tor-
nando o Brasil um dos mercados mais
atraentes neste segmento. Quase no
mesmo período, entre 1992 e 2000, o
nível de empregos aumentou15,2%.
Indicadoresda indústria
1- VendasBrutas [US$Bi]
2- CrescimentodeVendas
3- Vendas emUnidades [Bilhões]
4- Crescimento emUnidades
5- Inflação [IPC-FIPE)
1996
9,7
17,2%
1,8
2,8%
10,0%
6- InflaçãoPlanoReal – Jul. 94aAgo. 01– (IPC-FIPE)
7- Reaj. Preços Ind. Farmac.PlanoReal – Jul. 94 aAgo. 01
8- Reajuste real [7/6]
9- InvestimentosPrevistos para1997/00 [US$_Milhões]
10- Número deEmpregosDiretosGerados / 2000
1997
10,4
6,8%
1,7
(4,4%)
4,8%
1998
10,3
(0,4%)
1,7
(5,2%)
1,8%
1999
7,6
(26,2%)
1,6
(3,1%)
8,6%
2000
7,5
(1,7%)
1,5
(8,1%)
4,4%
96,7%
84,8%
6,4%
1.300
49.600
Fonte:Abifarma, 2001.
ANO
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Investimentos
(US$ /Milhões)
200
250
250
380
380
380
330
Fonte:Abifarma, 2001.
Exportações
(US$ /Milhões)
Nível de empregoDireto
(Empregos /Mil)
83
111
131
154
195
185
167
45,7
46,8
47,1
48,1
49,1
50,0
49,6
1...,104,105,106,107,108,109,110,111,112,113 115,116,117,118,119,120,121,122,123,124,...129
Powered by FlippingBook