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REV I STA DA ESPM–
J A N E I RO
/
F E V E R E I RO
D E
2005
Case-
Study
bre, hoje, uma dúzia de categorias.
3.
OPAPELDE JOHN
GALLIANO
O grande revigoramento da marca
Dior aconteceu quando o inglês
JohnGallianopassoua ser odiretor
de design da empresa. Galliano,
nascido emGibraltar, estudou mo-
da na prestigiosa Saint Martin´s
School, em Londres, onde ganhou
oprêmiodemelhor alunocomuma
coleção inspirada na Revoluçao
Francesa. Foi, por três vezes, o Bri-
tish Designer of the Year. Mudou-
separaParis e foi reconhecidopelo
grupo LVMH com um convite para
dirigir a criação tanto da alta cos-
tura quanto do prêt-à-porter daGi-
venchi, parte do grupo. Dois anos
depois, assumiu seu papel naDior.
SeuprimeirovestidoparaaDior foi
usadoporDiane,PrincesadeGales,
naaberturadaexibiçãocomemora-
tiva dos 50 anos daDior, noMuseu
Metropolitano de NewYork. De lá
para cá, Galliano como que reju-
veneceuas idéiasdo fundador, com
desenhos inspirados em fontes tão
díspares quanto o próprio “new
look”deChristianDior, amodaEd-
wardiana, os nativos americanos,
os
rappers
e a Ópera de Pequim.
Sintomaticamente, o
site
da Dior,
junto à figura de Galliano, usa a
palavra
extravagance
.
Em 1999, Galliano tornou-se o
diretorartísticodasoutrasextensões
da marca Dior – como bolsas,
sa_patos, artigos de praia,
lingerie
– e assumiu a responsabilidade,
também, pelos
dispalys
e pela
publicidade damarca. Logo, a pro-
paganda dos perfumes da Dior –
Addict e Dune – passou para sua
responsabilidade.
A volta da feminilidade à imagem
da marca explica a conquista de
usuárias como Madonna, Celine
Dion, Gwyneth Paltrow.
4.
DIORNOBRASIL
ADior está noBrasil desde 1958 e,
como em todo omundo, tornou-se
logo uma marca de alto prestígio.
Mas essa imagem veio a sofrer,
como em toda parte e, aqui, talvez
mais ainda, por causa dos proble-
masde licenciamentodamarcaque
foiosistemautilizadopelaDiorpara
entrar no mercado brasileiro.
Sistemas de licenciamento e fran-
quias tendem a reduzir os custos
fixos da licenciadora, como mão-
de-obra e aluguel do ponto-de-
venda. Além disso, permitem uma
expansão territorialmais rápida.Por
outro lado, exigem de ambas as
partesumacordoque leveemconta
não apenas os interesses de curto
prazo, mas também o horizonte fu-
turo. Não é fácil. No setor de luxo,
a falta dessa relação de parceria
entre licenciadora e licenciada po-
de ser fatal. Se um licenciado ven-
de o produto a um preçomais bai-
xo, reduza suaqualidade, utilizaum
lugar inadequadoevende,nomesmo
lugar, produtos dequalidade inferior,
a imagemdamarca sedesgasta.Um
exemplo foi a Pierre Cardin, cujas
operações de licenciamento prolife-
raram tantoque, nosanos1980, teve
seu nome, antes exclusivo, em cer-
ca de 800 produtos.
Nosanos90, aVilaRomanadetinha
Galliano, nascidoemGibraltar, estudoumodanaprestigiosa
SaintMartin´sSchool, emLondres, ondeganhouoprêmiodemelhor
alunocomumacoleção inspiradanaRevoluçãoFrancesa.
Fotos: Corbis/Stockphotos
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