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ManoelQuesada
FABRICADEARTEFACTOSDEMETALMANOELQUESADA
Rio de Janeiro, RJ
Fundador:Manoel QuesadaQuinones
1906
D
iferentes origens, diferentes percursos, em datas asmais variadas. Imigrantes e
suas trajetórias, tecendo suas histórias, preparando destinos. Entre osmilhões que
aqui chegaram,Manoel QuesadaQuinones seriamais um entre os espanhóis –
terceiromaior contingente de imigrantes do Brasil no final do séculoXIX – em busca do
sonho de “fazer aAmérica”.
EmCabra de SantoCristo, província de Jaén, naAndaluzia, nasceuQuesada em
1878, que chegou a Santos em1893. No ano seguinte estava no Rio de Janeiro, onde
começou a trabalhar noofício de funilaria, naCia. de Transportes eCarruagens. Em1906,
já tinha sua própria indústria de ferragens para automóveis e outros veículos, utilizando
mecanismos e processos somente disponíveis em sua empresa, sendo algumas das
máquinas desenvolvidas pelo próprioQuesada.
Entre os aspectos singulares damodernização urbana do Rio de Janeiro – quando a
expressão “O Rio civiliza-se!” tornou-se corrente –, a avenidaCentral em1910 recebe
caixas coletoras para papéis e pequenos objetos inservíveis, confeccionadas na Fundição
Americana, deManoel Quesada.
Como
Fabrica Progresso, de Artefactos deMetal
, em 1913, já produzia grande
variedade de artigos (lanternas para carruagens e automóveis, radiadores, geradores,
ferragens para carruagens e arreios; lanternas para anúncios luminosos; armações
para vitrinas; estufas para confeitaria; grades para bancos; cinematógrafos) e realizava
“trabalhos repuchados em todas as qualidades de metaes / Galvanismo, doura,
prateia, nickela e bronzeia”
. Amodernização da empresa era um dos fatores de seu
crescimento: foi a primeira fábrica do Rio de Janeiro a dispor de ummotor elétrico para
movimentar sua linha de produção.
Até 1914, produtos como açucareiros, garfos, facas, colheres, chaleiras, bules, vasos de
decoração, armações para fruteiras, freios para animais, esporas e argolas provinham da
Europa ou dos Estados Unidos. Com a eclosão da PrimeiraGuerraMundial, as importações
desses artigos, como de tantos outros, foram interrompidas. Foi a oportunidade para que
a empresa se estruturasse para a expansão. Com recursos dos depositários Janowilzer,
Wahle&Cia., amplia-se a capacidade produtiva da indústria, então instalada na rua
Riachuelo, 72.
Seus produtos obtêm reconhecimento na Exposição doCentenário, em 1922-1923,
no Rio de Janeiro, recebendo na ocasião vários prêmios. A fabricação de artigos de uso
prático, e também de objetos de arte, como estatuetas, bustos emedalhas, era feita
por cerca de 200 funcionários – espanhóis, portugueses e italianos, além dos brasileiros.
Mulheres não trabalhavam em sua indústria.
Como reconhecimento e contrapartida por essa ascensão,Manoel Quesada retribuiu
socialmente à comunidade espanhola local, patrocinando iniciativas e instituições.
Integrou as diretorias daCasa deCervantes, da
Beneficencia Hespanhola
e do
Refugio
dos Hespanhoes Desvalidos
, tendo sido fundador da
Fraternidade Hespanhola
. Em1926
estava empenhado em construir o
Hospital Hespanhol
.
Em uma das pouco conhecidas ações promocionais no período, o empresário rendeu-se
aoCarnaval: não resistiu a oferecer a TaçaManoel Quesada aomelhor bloco carnavalesco
de 1918...
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