Manoel Pedro&Comp.
MANOELPEDRO&CIA.
Belém, PA
Fundador:Manoel Pedro
Data: ?
D
urante o Império, amadeira era a base da indústria naval no Brasil, alicerçada
por uma reserva florestal expressiva, propiciandoo surgimento de aglomerados
de estaleiros em cidades portuárias, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto
Alegre e Belém.
No entanto, entre 1890 e 1937, a construção naval manteve-se um tanto estagnada,
enquanto a indústriamundial vinha apresentando grande evolução. No início do século
XX, amarinha brasileira já se tornara obsoleta. Em 1937 foi lançado aomar o
Parnaíba
,
naviomonitor fluvial construído no entãoArsenal deMarinha da Ilha das Cobras, no Rio
de Janeiro. Iriam se seguir grandes contratorpedeiros (feitos já com estrutura soldada, sinal
de avanço tecnológico), além de outras embarcações.
Nesse intervalo, a indústria naval local atendia às discretas demandas, sem requerer
ampliaçãoou atualização tecnológica.
Entre os estaleiros estava o deManoel Pedro&Comp., estabelecido em Belém. Em
1919 a empresa termina a construção do navio
Manoel Pedro I
, movido a vela, com420
toneladas de deslocamento. Uma iniciativa isolada?Ou teria havido continuidade? Não se
localizarammais notícias sobre novas embarcações.
Além da construção do navio, há algo de interessante no anúncio: ele não especifica
tratar-se de um estaleiro; consta apenas
“Constructores”
. As imagens damulher (a
Construcção
) e do homem (a Engenharia) aludem ao caráter essencial damadeira na
época –matéria-prima na grandemaioria dos estaleiros locais no período, e produto
em torno do qual giravam as atividades da empresa: serraria, carpintaria emarcenaria,
acrescidas de outras imprescindíveis à construção naval e complementadas com a
exportação demadeira.
A ilustração, feita porMarcel Lebrun, destaca, junto amaterial tão tradicional, um
elemento demodernidade:
“Officinas a electricidade”
.
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