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R E V I S T A D A E S P M –
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007
Competitividade
Brasil
GRÁFICO 3 – ESTRUTURACOMPETITIVADOBRASIL
NO
GLOBALCOMPETITIVENESSREPORT
–WEF 2006-2007
FATORES BÁSICOSDE
COMPETITIVIDADE
FATORESDE INOVAÇÃO
FATORES PROPULSORES
DA EFICIÊNCIA
Fonte: Desenho criado pelo autor. Base deDados
TheGlobal CompetitiveReport 2006-2007doWEF.
INO
VAÇ
SOFISTICAÇÃO
DOSNEGÓCIOS
EDUCAÇÃO SUPERIOR
ETREINAMENTO
EFI
CIÊN
DEMERCADO
PRONTIDÃO
TECNOLÓGICA
INSTITUIÇÕES
I
NFRA
EST
RUTU
M
ACR
ECONOMIA
SA
ÚD
DUCAÇÃOBÁSICA
E
Pilares de competitividade doBrasil
4,6
3,6
4,2
4,1
3,5
3,3
3,3
3,4
6,5
7,0
7,0
7,0
Para que um edifício seja estável
é preciso que cada patamar esteja
apoiado em pilares construídos ade-
quadamente, compatíveis com a sua
carga, demodoanãocriardesequilí-
brios que, cumulativos nível a nível,
comprometeriam todaaestrutura.Para
uma nação tornar-se competitiva é
precisoobedecerà lógicasemelhante:
não será possível atingir patamares
superiores senão através de uma boa
constituição de cada camada subja-
centedaestruturaeconômica.
Com base nesta teoria, observa-se
queumanaçãocompetitivaapresenta
patamaresdedesenvolvimentofirme-
menteapoiadosempilaresconstruídos
de forma seqüencial. Primeiramente,
devem existir os pilares básicos, que
garantem estabilidade a toda a es-
trutura. Países que atingem um bom
nívelnestepatamarsequalificampara
competir no mercado de
commodi-
ties
e produtos básicos; porém, cos-
tumamapresentarumaproveitamento
inadequado dos recursos naturais,
baixos salários, eumnível inferior de
desenvolvimento social. Em seguida,
devem vir os pilares propulsores de
eficiência,queelevamaqualidadee
aquantidadedaproduçãoeampliam
osganhosparaumaparcelamaiorda
população. Por fim, vêm os pilares
de inovação, queconstituemonível
maisaltodedesenvolvimento.Países
que alcançam essa esfera, devida-
mente apoiados nos dois patamares
que lhe dão acesso, apresentam
uma economia voltada aprodutos e
serviçosdemaiorvaloragregado; são
mais ricos e proporcionam um alto
padrãode vida à suapopulação.
O Brasil possui uma estrutura com-
petitiva seriamente comprometida,
como podemos observar noGráfico
3. Os pilares básicos de competi-
tividade sãodesequilibrados e fracos.
Tomando como referência a escala
do GCR 2006-2007, que classifica
os pilares de desenvolvimento de
cada país entre 1 (pior estágio) e 7
(melhor estágio), o Brasil apresenta
os seguintes resultados, para onível
básico: 3,3para opilar instituições e
infra-estrutura e 3,4 para o pilar
macroeconomia–números abaixo
do valor médio que revelam uma
grave falha da economia. Apenas
o pilar saúde e educação básica
atingiu um nível elevado – 6,5.
a)
1
o
NÍVEL
: Pilares básicos da com-
petitividade: formao substratoqueapóiaos
demais níveis e é constituído pelos pilares
instituições, infra-estrutura,macroeconomia,
saúdeeeducaçãobásica; estes diretamente
dependentes de ações governamentais.
b)
2
o
NÍVEL
: Pilares propulsores da
eficiência: apoiado nos pilares básicos,
este nível é constituído pelos pilares edu-
cação superior e treinamento, eficiênciado
mercado eprontidão tecnológica, os quais
dependem das ações dos agentes públicos
e privados.
c)
3
o
NÍVEL
: Pilares de inovação e sofisti-
cação: últimonível, constituído apenas por
dois pilares – sofisticação dos negócios e
inovação, ambos commaior dependência
das ações do setor privado.
Foto: Ophelia