Setembro_2007 - page 76

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R E V I S T A D A E S P M –
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007
a nossa dificuldade em perceber as
realidadesexternasenos inserirmos
nelasparaproduzir resultadosposi-
tivos para opaís.
Gostaria de comentar com vocês
dois episódios – com personagens
estrangeiros – que proporcionam a
oportunidadedediscutir a inserção
internacional do Brasil. Há 3 se-
manas, participei de um seminário
sobrea situaçãodoBrasilnomundo
e o apresentador era um cidadão
indiano que durante décadas foi o
OS
ESPAÇOS
ESTÃO-SE
REDUZINDO
omo diplomata, estou acostumado
a lidar comquestõesmeioabstratas
e é uma experiência nova – desde
queme aposentei, há 6meses – in-
teragir comomundomais concreto
dos negócios, com economistas,
empresários, por issoagradeçopela
oportunidade.
Exerci a função de coordenador de
assuntos econômicos e comerciais
do gabinete do Ministro das Re-
lações Exteriores durante quase 10
anos–de1975a1984.No iníciodos
anos80, oBrasil viviauma situação
muito difícil, por causa do impacto
da crise do petróleo. O país impor-
tava 80% do petróleo consumido
aqui emetadevinhado Iraque, que
era o único país do oriente médio
para o qual conseguíamos vender
alguma coisa. Lá fui eu, preparar
a viagem doministroDelfimNeto,
que era também portador de uma
mensagemmuito importanteparao
SadamHussein. O problema é que
chegamosaBagdáeacidadeestava
parada. O pessoal da embaixada
nãosehaviadadocontadequeerao
períodoemquecomeçavao feriado
nacional muçulmano Ramadá – e
eu estava numa situaçãodifícil...O
ministroDelfimperdeuapaciência,
tivemosumaconversameioáspera,
pois eu tinha de defender o Itama-
rati... Claro que, depois, peguei os
colegasdaembaixadapelopescoço
e disse: virem-se, mas o homem
tem que ver o SadamHussein. Ele
acabouvendo,mas atéhojenão sei
exatamenteoqueaconteceu.Espero
queminhapalestra complete a sua,
extremamente lúcida, que fez sobre
ROBERTO ABDENUR
OBERTO ABDENUR
ROBERTO ABDENUR
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