Setembro_2006 - page 80

VicenteMartin
Mastrocola
95
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2006 – R E V I S T A D A E S P M
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Por que as pessoas jogam? O con-
vite, para experiências únicas de
entretenimento, criou o que a au-
tora LynnAlves define, em seu livro
Game Over – Jogos Eletrônicos e
Violência
, de Personagens-Joga-
dores – pessoas dispostas a aceitar
realidades fantasiosas em busca de
diversão.
LYNNALVES
afirma:
“Aomontarem
suas narrativas, os jogadores/per-
sonagensapóiam-senasalternativas
propostas pelos jogos, assimilando
se elas poderão ou não ser exe-
cutadas ou como elas poderão
ser superadas. Pouco importa se é
um Tiranossauro Rex a ser morto
(mesmo sendo esse extinto há mi-
lhares de anos), um deus egípcio
há muito esquecido ou uma está-
tua que toma vida.A credibilidade
não é uma questão importante
para tais eventos. O que importa
é a fantasia que eles carregam e a
possibilidadedepromovero súbito,
atualizandoasnarrativas.Em suma,
o importante é conduzir-se como
um sujeito-jogador-personagemno
ato de jogar”.
Quando falamos em jogo, seja ele
digital ou real, partimos do pres-
suposto de que o homem possui
uma relação intrínseca com o
universo dos jogos. Mais do que
Homo Sapiens, ohomem éHomo
Ludens, segundo o filósofo Johan
Huyzinga.
HUYZINGA
diz, em seu livro
Homo Ludens
, que
“O jogoémais
do que um fenômeno fisiológico
ou um reflexo psicológico. Ultra-
passaos limites da atividadepura-
mente física ou biológica. É uma
função significante, isto é, encerra
um determinado sentido.No jogo
existe alguma coisa ‘em jogo’
que transcende as necessidades
imediatas da vida e confere um
sentido à ação.Todo jogo significa
alguma coisa”.
E nos tempos de internet, o jogo
possibilitaconhecer pessoas, viver
em comunidade e criar conteúdo,
envolvendo o usuário em uma
experiênciaquevai alémdo jogar.
De olho nisso, algumas empresas
começaram a explorar a experiên-
cia de games com publicidade:
os advergames; nesse contexto
surgem os ARGs.
ALTERNATE
REALITYGAMES
1.
UMABREVE
INTRODUÇÃOAOS ARG
S
Nosanos30umanovela transmitida
por rádiocausoupâniconosEstados
Unidos.Apopulaçãoficouemalvo-
roço com as notícias queouviu.Os
Marcianos estavam atacando! Em
umaépocaquenãohavia televisão,
o grande senhor da diversão era o
rádio. Notícias, novelas, tudo era
transmitido pela pequena caixa.
Uma dessas novelas foi
Guerra dos
Mundos
, livro escrito por H. G.
Wells.Ahistórianarrauma invasão
marciana aos EstadosUnidos.Mas,
comoumgênio,OrsonWelles trans-
mitiua sérieem formadenoticiário
F
Nos anos 30, uma novela
transmitida por rádio
causoupânico
nos EstadosUnidos.
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