 
          Neil
        
        
          Rackham
        
        
          e John
        
        
          DeVincentis
        
        
          
            85
          
        
        
          M A I O
        
        
          /
        
        
          J U N H O
        
        
          D E
        
        
          2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
        
        
          Retornando para ummodelomais
        
        
          custosoqueatendiaàsexpectativas
        
        
          devalorde seusclientes, aempresa
        
        
          foi capaz de recuperar um pouco
        
        
          domercadoquehaviaperdido.
        
        
          O FIMDE
        
        
          UMARELAÇÃO
        
        
          Um fornecedordecontêineres tinha
        
        
          umaassociaçãode longadatacom
        
        
          uma grande empresade alimentos,
        
        
          para a qual, não somente fornecia
        
        
          contêineres, como tambémmaqui-
        
        
          naria especial e consultoria no
        
        
          
            design
          
        
        
          dos contêineres. A relação
        
        
          eraboae felizparaambosos lados.
        
        
          Um dia, o cliente perguntou se o
        
        
          fornecedor estaria interessado em
        
        
          um tipo diferente de relaciona-
        
        
          mento, que envolveria assumir
        
        
          algumas das suas atividades de
        
        
          produção e participar com ele do
        
        
          desenvolvimento, (dividindo os
        
        
          riscos) de novos conceitos radicais
        
        
          de embalagem.
        
        
          Com falta de autoridade para res-
        
        
          ponder àquela revolucionáriapro-
        
        
          posta, a equipe de vendas levou a
        
        
          questãoparaadireçãodaempresa.
        
        
          “Nósnãoestamospreparadospara
        
        
          cuidar das linhas de produção
        
        
          deles”, disse o CEO. “Nós não
        
        
          somos uma empresa que produz
        
        
          alimentos, e esta idéia de co-
        
        
          desenvolvimentoparece serdealto
        
        
          risco. Mas como ele é um cliente
        
        
          valioso, vamos então oferecer-lhe
        
        
          apoio adicional em
        
        
          
            design
          
        
        
          e em
        
        
          engenharia”. Para surpresa do
        
        
          CEO, o cliente rejeitou a ajuda e
        
        
          acabou fechandoparceriacomum
        
        
          novo fornecedor cujopresidentee
        
        
          time de executivos havia traba-
        
        
          lhado, durante seismeses, comum
        
        
          alto nível de envolvimento com a
        
        
          empresa de alimentos para criar
        
        
          novas estratégias, com riscos
        
        
          compartilhados.
        
        
          O novo fornecedor concordou em
        
        
          gerenciar todas as linhas de pro-
        
        
          dução da empresa de alimentos e
        
        
          em desenvolver conjuntamente
        
        
          uma nova linha de conceitos ino-
        
        
          vadoresdeembalagens, criadospor
        
        
          um time de pesquisa e desen-
        
        
          volvimento, que incluía membros
        
        
          das duas empresas. O cliente
        
        
          almejava uma relação de valor
        
        
          estratégica com o seu antigo
        
        
          fornecedor, o qual foi incapaz de
        
        
          oferecê-la,devidoàspreocupações
        
        
          de seus esforços de venda con-
        
        
          sultiva. Um novo fornecedor que
        
        
          compreendeu como iniciar vendas
        
        
          corporativas de alto nível, foi ca-
        
        
          pazdeacabar comuma relaçãode
        
        
          30anos.O fornecedorantigo recen-
        
        
          temente anunciou uma queda em
        
        
          seus resultados e uma grande
        
        
          reestruturação.
        
        
          Esses casos – e centenas de outros
        
        
          como esses –mostram que, adotar
        
        
          um modelo de vendas quando o
        
        
          cliente deseja outro, é fatal. Não
        
        
          existe quantidade de habilidades
        
        
          de vendas, estratégias brilhantes,
        
        
          ou proposição de valor muito bem
        
        
          desenhada que possam preencher
        
        
          o buraco entre o que o cliente
        
        
          deseja e o que o fornecedor tem
        
        
          paraoferecer.Uma forçadevendas
        
        
          não pode transformar clientes
        
        
          transacionais em consultivos, ou
        
        
          vice-versa. Na melhor das hipóte-
        
        
          ses, vendas eficazes podem alterar
        
        
          levemente o equilíbrio, mas é uma
        
        
          escalada vertical e escorregadia.
        
        
          Na era em que os clientes não
        
        
          somente exigemmais valor doque
        
        
          nunca, mas estão conscientes e
        
        
          decididosa respeitodo tipodevalor
        
        
          queelesdesejam,a forçadevendas
        
        
          deve estar atenta para alinhar seus
        
        
          Adotarummodelodevendasquandoo
        
        
          clientedesejaoutro,é fatal.
        
        
          D