UniãoManufactora de Roupas
UNIÃOMANUFACTORADEROUPAS
Rio de Janeiro, RJ
Fundador: ?
Data: ?
E
m uma época em que o banho não era hábito diário, soluções queminimizassem
a troca de roupas erammuitooportunas. Necessárias. Imprescindíveis até! Dois
exemplos eramos punhos e colarinhos postiços, habituais no vestuáriomasculino de
então –meados do séculoXIX.
Tais acessórios descartáveis de camisasmasculinas constituíram uma conquista,
em termos de praticidade, ao surgirem na Europa, em decorrência de fatores como
a “industrialização em curso noOcidente, a democratização dos catálogos demodas
sazonais, a abertura dos primeiros grandes armazéns do pronto-a-vestir e a popularização
namáquina de costura” (Virtual memories, 2009).
No Brasil, colarinhos e punhos postiços eram especialidades daUMR –
União
Manufactora de Roupas
, conforme anúncio publicado no
Livro de Ouro
. Em uma solução
pouco convencional, o anúncio não cita textualmente o produto, mas este aparece
ostensivamente expresso em uma revoada de colarinhos pelos céus do Rio de Janeiro,
bem como em uma das imagens emolduradas, em que umamulher, em pé dentro de um
colarinho gigante, tem àsmãos... outro colarinho. Sem sombra de dúvida, um artigo de
destaque daUMR.
Esse destaque não se resumia a alardear publicitariamente o produto. A empresa, em
especial pelo empenho de Francisco deMouraCoutinho, estava permanentemente atenta
às inovações. Assim, na Exposição doCentenário, em 1922-1923, ganham destaque
as novidades:
“umamarca de colarinho duplo que facilita o uso da gravata e não a
inutiliza”
e
“cuecas que dispensam o uso de liga, sendo livre omovimento das pernas
e a circulação do sangue”
(
O Paiz
, 28.12.1922). Nessemesmo ano, aUMR divulga no
jornal
O Paiz
, de 4 demarço,
“suspensorios aperfeiçoados parameias”
.
Novo privilégio é assegurado pela empresa pormeio de patente para
“ceroulas ou
semelhantes, munidas de suspensorios para escroto”
, como sobriamente anuncia
O Paiz
,
em de 12 de junho de 1927. Ainda na década de 1920, pleiteia patente para a confecção
de colarinhos e punhos sem forroou entretela, inéditos até então. Tais peças do vestuário,
que permitiam inovações em sua funcionalidade, eram artigos prioritários, cujo constante
aperfeiçoamento ensejava renovada divulgação da empresa fabricante.
Conglomerado representado por cinco empresas, todas instaladas no Rio de Janeiro,
a
UniãoManufactora de Roupas
apresentava-se comoomaior fabricante de roupas
brancas daAmérica do Sul, como evidencia a linha de artigos exibida neste anúncio:
colarinhos, punhos, camisas e pijamas – além demeias, cuecas e ceroulas.
Dentre todos osmodelos e invenções de colarinhos fabricados pelaUniãoManufactora
de Roupas, pelomenos umamarca permaneceria por longo tempo na lembrança dos que
viram sua publicidade:
“Sou conquistador. Sou bello. E todaminha attracção, confesso
de coração, é o colarinhoMarvello”
.
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