Villa de Paris
ANTONIOMACIEL&CIA.
Villa deParis
Rio de Janeiro, RJ
Fundador: AntonioMaciel
1878
O
fferta Vantajosa”
– assim começava um anúncio de
Villa de Paris
, em
16.11.1919, publicado no jornal
O Paiz
.Mas era bom correr: teria validade por
apenas 15 dias, para se adquirirem
“Ternos finissimos, casimiras, confecções e
aviamento de primeira qualidade, córte e acabamento irreprehensivel”
.
Além da oferta, outra ação da loja, também presente no anúncio, costumava atrair
clientes: era a possibilidade de receberemo
Catalogo Geral Illustrado
para a escolha de
produtos na comodidade do ambiente doméstico.
Circulantes desdemeados do séculoXIX, os catálogos comerciais destinados aos
consumidores eram fartamente editados e gratuitamente distribuídos. Consistindo em
listagens de artigos, comou sem ilustrações, sua finalidade era divulgar a diversificada
gama de produtos oferecidos pelo estabelecimento, demodo a seduzir a freguesia,
especialmente aquela residente emoutrosmunicípios e outras províncias. Possivelmente
uma dasmais antigas práticas associadas àmala direta, constituiu uma solução aplicada
geralmente por lojas de confecções, tecidos, utensílios e papelarias.
Para o interessado que já soubesse o que desejava comprar, poderia ser também uma
oportunidade de conhecer a loja. Ocupando um amplo edifício na área central do Rio de
Janeiro, na esquina da ruaOurives, nº 35, com a Buenos Aires, nº 76-78,
Villa de Paris
,
da firmaAntônioMaciel &Cia., fundada em1878, caracterizava-se por uma fachada
contínua de enormes vitrines que se espalhavam por ambos os lados da esquina. Inevitável
atração para os transeuntes, as vitrines eram encimadas por toldos retráteis com a
identificação do que poderia ser lá encontrado: camisaria, confecções, artigos de
“sport”
,
suspensórios, ligas, gravatas, ternos, pijamas e outros. Roupas para homens, rapazes e
meninos.
A alfaiataria do estabelecimento contava, em 1919, com especialista no assunto, citado
explicitamente no anúncio:
“As nossas officinas de Alfaiate estão actualmente sob a
direcção do afamado contra-mestre De Avelio, diplomado pelas academias de córte de
Turim e Paris”
.
Mas talvez amaior satisfação do cliente fosse, ao adquirir um uniforme colegial – nesse
período, o uso da farda ainda era bastante comum em escolas –, constatar que o produto
era exatamente igual ao que constava do catálogo e também veiculado no anúncio. Não
se tratava de propaganda enganosa – ainda que esse conceito inexistisse na época.
Sua aproximação a esse público escolar já ocorria desde a primeira década, em que
Villa de Paris
marcava presença em um torneio colegial de tiros. Aomelhor colocado na
competição a loja oferecia um tinteiro com caneta de ouro (
O Paiz
, 12.11.1910).
Anúncios, promoções, catálogos e prêmios: estes eram recursos sistematicamente
utilizados pela empresa para ganhar visibilidade e se fazer presente no cotidiano dos
potenciais consumidores.
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