 
          
            109
          
        
        
          M A I O
        
        
          /
        
        
          J U N H O
        
        
          D E
        
        
          2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
        
        
          que estar alerta para isso, porque as
        
        
          pessoas vão continuar trabalhando,
        
        
          desde que possam. E embora seja
        
        
          verdade que, tirar toda a satisfação
        
        
          do trabalhonão é saudável, também
        
        
          é verdade que uma atividade
        
        
          produtivaémuito satisfatória–éalgo
        
        
          que dá prazer para a pessoa. Outro
        
        
          ponto é que não se consegue,
        
        
          mesmo, viver da aposentadoria. A
        
        
          geração que está se aposentando é
        
        
          uma geração que não tinha
        
        
          consciênciadisso,há40anos...Hoje,
        
        
          pessoasde20anos jáaplicamno seu
        
        
          Fundo de Previdência. Então, não se
        
        
          pode simplesmente dizer: “Sinto
        
        
          muito. Tocou o sinal e você terá de
        
        
          sair domercado”.Aspessoas,muitas
        
        
          vezes, não têm alternativa. E, do
        
        
          outro lado, temos gente querendo
        
        
          atividade produtiva remunerada e
        
        
          pressionando.Éumconflito.Continuo
        
        
          dizendoque a saída éo crescimento
        
        
          da economia. Se não houver cresci-
        
        
          mento econômico, o conflito tende
        
        
          a acentuar-se. Àmedida que houver
        
        
          crescimento, conseguir-se-á limitar
        
        
          essa problemática.
        
        
          GALASSO
        
        
          –Emvistadosproblemas
        
        
          que começa a causar a quantidade
        
        
          de pessoas mais velhas – as em-
        
        
          presas começam a ter regras, como
        
        
          adeexpulsarqualquer executivoaos
        
        
          60 anos. Isso é uma realidade do
        
        
          mercado.
        
        
          JR
        
        
          – Só que há de lembrar que, o
        
        
          mercado não é constituído só por
        
        
          empresas. O resto da economia
        
        
          eventualmente absorverá as pessoas
        
        
          que saem das empresas...
        
        
          GALASSO
        
        
          – Mas as empresas
        
        
          buscam essas substituições constan-
        
        
          temente; não adianta fugir da rea-
        
        
          lidade.
        
        
          JR
        
        
          –Eestão ficandocadavezmenos
        
        
          eficientes, cada vez mais são com-
        
        
          pradas, “fusionadas” com outras,
        
        
          perdendo sua identidade...
        
        
          AMALIA
        
        
          –A somatóriadegentedá
        
        
          uma empresa; a somatória de em-
        
        
          presas dáumpaís.Opaís estábem?
        
        
          Não. Significa que nem as pessoas
        
        
          nem as empresas estão bem. Signi-
        
        
          fica que temos de olhar outras
        
        
          possibilidades, não só a do cresci-
        
        
          mentodedois dígitos; começaantes
        
        
          –comaáreadeRecursosHumanos,
        
        
          fortementeapoiada sobaquestãode
        
        
          competência técnica e pessoal.
        
        
          Fazem avaliação de desempenho
        
        
          nas empresas em todo mundo é
        
        
          excelente e extra-excelente, mas os
        
        
          resultadosestãopéssimoshá10anos.
        
        
          E as empresas, nas reuniões, falam
        
        
          dois segundos sobreas suas forçase,
        
        
          depois, sobre todas as áreas que
        
        
          ainda têmde serdesenvolvidas.Que
        
        
          tal se começássemos a olhar no
        
        
          Brasil – como acontece, em alguns
        
        
          casos – a partir de suas fortalezas?
        
        
          Contrata-se um vendedor, no Brasil,
        
        
          e diz: “Você tem de falar inglês”,
        
        
          quando elemal fala o português. E,
        
        
          durante dez anos, a empresa critica,
        
        
          na avaliação de desempenho,
        
        
          dizendoque o inglês dele é sofrível.
        
        
          Comoelevai conseguir? Issoépedir
        
        
          a alguém o que ela não pode dar.
        
        
          Para mim, pessoas vêm primeiro.
        
        
          JR
        
        
          – Acho que são temas que se
        
        
          juntam ao nosso: dos velhos e dos
        
        
          moços. Falou-se sobre atualização.
        
        
          Mas atualizar emquê? Seráquenão
        
        
          seriamaisumaquestãodeconvívio?
        
        
          Como é que vamos encontrar cami-
        
        
          nhos paraoconvíviodesses grandes