Sustentabilidade_Janeiro_2010 - page 57

janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
57
afirmaqueoBrasil gasta5,7bilhões
demetroscúbicosanuaisdeáguana
produçãodemercadoriasque serão
consumidas na Alemanha, princi-
palmente café, soja e carne. Esse
requisito não é considerado como
dado formal no processo produtivo
padronizado para a compra e ven-
da de
commodity
, exemplificando,
cada toneladadesojavendida impli-
caousode2mil toneladasdeágua.
A ricadiversidadedosnossosvários
ecossistemas é o lastro de umnovo
modelo econômico para América
Latina e o Caribe. Para isso, faz-se
necessárioqueatuemos juntoàsba-
ses, compessoasquenão têmaces-
soà internet, quenão recebem fácil
informação, posto que moram em
áreas afastadas, ou em locais onde
há exclusão social. Nosso trabalho
consiste, ainda, em conscientizar
essas populações para que não
sejam tolas presas nas mãos dos
especuladores, que as levam a as-
sinar contratos absurdos demodo
amelhor explorar suas riquezas e
matéria-prima.
Crimesou
créditos ambientais?
O mecanismo de compensação
fundamentado princípio poluidor-
pagador, rediscutido na 15
a
Con-
ferência das Partes das Nações
Unidas – Copenhague 2009 (CoP-
15)
6
, conhecido pela sigla REDD
7
,
estabeleceria, a princípio, a regula-
mentação de ummercado para os
créditos relativos à preservação e
recuperaçãoflorestal, jáque asmatas
absorvemgasesdoefeitoestufaquan-
do estão em pé, e liberam carbono
quandosãoderrubadas.ACoP-15não
conseguiuchegaraumacordosobreas
metasdeemissões, resultandoapenas
empolêmica“Cartadeintenções”,que
delineou a formaçãodeum fundode
US$100bilhõespropostopelosEUA,
a ser baseado em recursos públicos
e privados, ecoando a posição dos
países desenvolvidos de que estes
mecanismos de mercado devem ser
considerados no financiamento das
metas que forem estabelacidas. Este é
umdospontosdedivergênciacomos
países em desenvolvimento, que não
querem uma parcela significativa dos
recursos vindos domercadoque, por
natureza, é volátil e instável, como a
últimacrisefinanceirademonstrou.
Segundooagenteda Interpol, Peter
Younger à Reuters, durante a 13
a
Conferência das Partes das Nações
Unidas – Bali 2007 (CoP-13), pos-
síveis fraudes incluiriam a reivin-
dicação de créditos por florestas
inexistentes ou desprotegidas.
“Se você vai comercializar qual-
quer ‘commodity’ no mercado
aberto, está criando uma situação
de lucro e prejuízo. Haverá um
comércio fraudulento de créditos
de carbono. No futuro, se você
está administrando uma fábrica e
precisadesesperadamentedecrédi-
tos para compensar suas emissões,
haverá alguém que poderá fazer
isso acontecer para você. Absolu-
tamente,ocrimeorganizadoestará
envolvido... Começa com suborno
e intimidação de autoridades que
podem impedir seu negócio. Aí,
se houver nativos envolvidos, há
ameaças e violência contra essas
pessoas.Hádocumentos forjados.“
PETERYOUNGER, especialista em
crimes ambientais da Interpol (Po-
lícia Internacional).
Uma repórter daAssociated Press
da Austrália (AAP) viajou pelo
interior da Papua Nova Guiné e
descobriu que mais de 500 cam-
poneses compraram certificados
falsificados com a promessa de
grande retorno financeiro. Outros
foram convencidos a venderem
seus direitos de exploração de
créditos de carbono florestais.
Amyra
El Khalili
O estudo daOngWWF
mostra oBrasil como
líder do ranking dos
países importadores de
“água virtual” .
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Divulgação
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