Maio_2008 - page 52

Mesa-
Redonda
52
R E V I S T A D A E S P M –
MAIO
/
JUNHO
DE
2008
a partir da observação de que, na
verdade, existem mercados bem
diferentes em todos os sentidos.
Poderíamos ter uma organização
que falasse de cada mercado com
a sua linguagem específica. Isso
se desenvolveu inicialmente em
uma campanha muito curiosa: “Ai
que vontade de comer paulista”.
PaulistanaBahiaéum tipodecorte
de carne. Inicialmente os anúncios
exploravam diferenças semânticas.
Por exemplo: “Lugar de abajur para
oparanaenseénobidê”, sendoque
o bidê é a mesinha de cabeceira.
“Pernambucano adora sentar na
alcatifa”, que é tapete. “Em São
Paulo, tudoépossível,atéhomemde
maiô”,porquemaiônaBahiaéuma
vestimenta masculina. Eu diria que
nós fomos relativamente bem-suce-
didos nisso. Chegamos a ponto até
de realizarpesquisas,queeuofereço
para bibliotecas de escolas. Essa é
uma pesquisa desenvolvida pela
Fátima Jordão, exatamente sobre o
que estamos falando aqui.
JRWP
−Diferenças de linguajar.
RODRIGO
– Não só de linguajar.
No caso, diferenças de mercado,
de comportamento, de atitudes,
ondepercebemoscoisasmeio inex-
plicáveis como: por que, no Rio
Grande do Sul, a Pepsi liderava o
mercadode colas?Apesquisa tinha
comoobjetivo identificar essasdife-
renças e a razão das diferenças.
Achoque foi uma contribuiçãoque
nós demos, na prática, a isso que
estamos discutindo aqui, a cons-
tataçãodeque adiversidade existe,
e trazendo isso para o território da
propaganda.
GRACIOSO
– Na sua visão, essas
diferenças seriam úteis se fossem
incorporadas e mantidas, ou vão
desaparecer como tempo?
RODRIGO
– Algumas delas ten-
dem a desaparecer, outras a se
reforçar. Caminhamos para uma
massificação em certo sentido, e
para um respeito cada vez maior
para a diversidade, em outro. Não
me atreveria a fazer prognósticos
porque acho que há tendências
muito diferentes caminhando pa-
ralelamente. Vemos, por um lado,
um respeito maior às diferenças,
ao mesmo tempo em que vemos
a globalização, a massificação. A
televisão aberta ainda é umamas-
sificadorapor excelência; opadrão
globodenovelas impõe linguajares,
impõe uma série de coisas.
JRWP
– Em um determinado mo-
mento, não só a Globo, mas a Rá-
dio Nacional, foram fatores até de
educação. Um país imenso, com
dificuldade de comunicação, de
transporte, essesveículosatémuitas
vezes ensinaramaspessoas a falar e
muitomais...MasoGraciosopôsna
pauta um item sobre os comerciais
atuaisde rádioeTV. Seráquealguns
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