Janeiro_2007 - page 6

GustavoAlberto
CorrêaPinto
13
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
GRACIOSO
–Quandoescolhemos,
para estaedição, o tema Espirituali-
dadeeNegóciosacreditávamos, in-
genuamente,queeraum temaainda
pouco debatido. Mas descobrimos
quehámuitacoisa sobreoassunto,
dezenasde trabalhos, em suamaio-
ria, norte-americanos, abordandoo
temademuitasmaneiras, falandoda
ética protestante, o enfoque cristão
– e do zen budismo nos negócios.
Talvez haja algo no zen budismo
que fascine os americanos. Exami-
nando esse material, percebemos
que – na prática – a espiritualidade
em geral se traduz por valores mo-
raiseéticosaplicadosaosnegócios.
Por outro lado, eu mesmo ouvi
– de grandes empresários – coisas
como: “Não falodeespiritualidade,
pois vão achar que é espiritismo;
não trato de coisas esotéricas; na
minha empresa o negócio é lucro, é
competir”. Percebe-se, contudo, que
–por trás dessacascade racionalidade
– eles acreditam nos valores éticos;
emboraprocuremnão transpor, para a
empresa, crença no sobrenatural, por
exemplo. Mas sentem que a natureza
humana dámais de si própria no am-
biente e condições mais apropriadas
e que é possível – através de determi-
nados estímulos – motivar as pessoas
aproduzir, tornarem-semais criativas.
De tal forma que as empresas mais
preocupadas com valoresmorais, res-
ponsabilidade social, respeito ao ser
humano, freqüentemente são também
as mais lucrativas. O que você pensa
de tudo isso?
GUSTAVO
–Acho que, noOcidente, é
umcampoqueaindaestáseabrindo.No
Oriente,nãoexistiuumadivisãomatéria
XespíritocomoaconteceunoOcidente,
a partir da Idade Média. Como esses
universos não foram vistos como sepa-
rados–ealgumasvezes inconciliáveis–,
houve uma possibilidade de integração
mais natural da espiritualidade nos
Uma obra inteira dedi-
cada a explicar por que a
Matsushita não buscava
prioritariamente o lucro.
F
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