 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            11
          
        
        
          
            A
          
        
        
          nda fora de esquadro a fundamen-
        
        
          tal questão sobre os limites e os
        
        
          papéis do Estado e dos mercados
        
        
          nas sociedades atuais.  A polari-
        
        
          zação excessiva das posições é tão potente
        
        
          que parecem predominar apenas os extre-
        
        
          mos. De um lado estão os defensores do Es-
        
        
          tado centralizador, onipotente, onipresente e
        
        
          capaz de garantir a perfeita harmonia social
        
        
          descrita no famoso aforismo igualitário “de
        
        
          cada um de acordo com sua habilidade, para
        
        
          cada um de acordo com sua necessidade”. De
        
        
          outro ficam os proponentes de uma sociedade
        
        
          em que deveriam vigorar o individualismo
        
        
          integral e a liberdade irrestrita, deixando-se
        
        
          unicamente às forças de mercado todas as
        
        
          complexidades da produção e distribuição,
        
        
          como forma de garantir a perfeita alocação
        
        
          de recursos. Não é preciso muita reflexão
        
        
          para concluir que nada de muito útil para a
        
        
          compreensão da realidade sairá desse cabo
        
        
          de guerra artificial entre a mão de ferro do
        
        
          Estado e a mão invisível do mercado.
        
        
          Portanto, o que realmente interessa para
        
        
          entendermos e escapa rmos da angúst ia
        
        
          provocada pelo dilema entre os limites e os
        
        
          papéis do Estado e dos indivíduos inseridos
        
        
          em uma economia de mercado, não se passa
        
        
          nas extremidades habitadas por mentes ra-
        
        
          dicais e, felizmente, minoritárias.
        
        
          zirconicusso