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CompanhiaCentral
Vinicola de Portugal
COMPANHIACENTRALVINICOLADEPORTUGAL
Lisboa
Fundador: ?
1905
A
videira, amulher com cachos de uva e uma amostra dos vinhos produzidos
pela empresa sãoos destaques do anúncio daCompanhiaCentral Vinicola
de Portugal.
Observando-semais atentamente, vê-se que entre as sete garrafas, em que
predominam vasilhames do tipo Bordeaux, há uma que se destaca, bem ao centro,
quase à frente das demais. Sim, o formato entre o pescoço e o bojo da garrafa, sua
cor esverdeada e o invólucro dourado da rolha não dãomargem a dúvidas: trata-se de
champagne
. Oumelhor, como se pode ler no rótulo,
“Tipo Champagne”
.
Era uma das especialidades da empresa. Talvez amais preciosa delas. E aCompanhia
Central Vinícola fazia parte de uma história pioneira da introdução do espumante em
Portugal.
Vinhos efervescentes teriam surgido entre osmonges Beneditinos franceses, na abadia
de Saint-Hilaire, em 1531. De três séculos depois, na década de 1850, datam as primeiras
experiências com vinhos espumantes em Portugal. Outros relatos dão conta de que em
1885 também foram feitas tentativas, embora isoladas, sem continuidade.
Somente em1890 são feitos ensaios, na Escola Prática de Viticultura e Pomologia da
Bairrada, que levariam à instalação daAssociaçãoVinícola de Bairrada, constituída em
1893 e responsável, pormeio de seu diretor técnico, JoséMaria Tavares da Silva, pelos
primeiros estudos destinados à espumatização de vinhos comobjetivos comerciais.
Documentos de fundação da empresa assim registram: “AAssociaçãoVinícola da
Bairrada tem a sua sede emAnadia e é composta por estes quatrooutorgantes, que
por sua conta iniciaram a preparação de vinhos espumantes sob a direcção da Escola de
ViticulturaAlexandre de Seabra para esse fim autorizados pelo governo” (Cerca, 2014).
AAssociação viria a se tornar, desta forma, amais antiga empresa de vinhos
espumantes segundoométodo tradicional de produção do
champagne
.
As atividades daAssociação prosseguiram por 12 anos, até 1905, quando foi dissolvida.
Seus sócios formaram logo em seguida outra sociedade: a Real CompanhiaCentral
Vinícola de Portugal. Ao lado de outras empresas vinícolas que surgiram na região, a Real
Companhia dedicou-se, além dos vinhos, à produção de espumantes.
Uma publicação da época, voltada aos interesses dos produtores de vinho, dá conta
que seus vinhos eram apreciados no Brasil. As instalações da empresa eram de primeira
ordem: “Tonéis enormes, cubas de alvenaria, subterrâneas, que conservamo vinhoo
melhor possível. Enotécnicos que preparamóptimos vinhos demesa, que usamos vinhos
ligeiros dasmargens doMondego e das regiões limítrofes da Bairrada, em lotação com
os famosos vinhos doDão, e deste conjunto, cientemente elaborado, resultam produtos
muito bons, muito bem apreciados emuito bem recebidos no Brasil e noutrosmercados.
As Caves daCompanhia, iluminadas a luz eléctrica, fazemoorgulho das instalações
vinárias do País” (Cerca, 2014).
Anos depois, aCompanhiaCentral Vinícola de Portugal, com sede em Lisboa e
delegação emCoimbra, era uma
“Grande exportadora de vinhos Licorosos e deMeza,
Verdes eMaduros”
. Além do vinho
“tipo Champagne”
, produzia, entre outros, os das
marcas
Malvasia
e
Mondego
, denominação de rio da região.
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