Julho_2003 - page 87

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R E V I S T A D A E S P M –
J U L H O
/
A G O S T O
D E
2 0 0 3
FÁTIMA
Esse é umponto impor-
tante.Quando eu, comoprofissio-
nal, sei e vou buscar o que quero,
com certeza, darei para a empresa
omelhor.Torno-meum fatorhuma-
nocomdiferencialcompetitivo,nas
empresas, quanto mais apropriar-
medaquiloque realmentequero e
dasminhas competências, dasmi-
nhas forças, fraquezas.
GRACIOSO
Portanto,vocênãovê
contradição.
FÁTIMA
Não. Eles são comple-
mentares. A partir domomento em
que defino o que quero e vou bus-
car,vou-mecolocarnaempresacom
todoo vigor, com toda aminha for-
ça porque estarei vendo significado
no que estou fazendo. Se simples-
menteprocuroonomedeumaem-
presa e não alguma coisa em que,
de fato, eupossa fazerdiferença, es-
tarei semprepelametade,procuran-
doo salárioadicional,obônus, e te-
rei dificuldadesparaverificar qual o
real valor daquiloque eu faço.Vejo
isso claramente, tanto nos clientes
quanto nos estagiários, que os me-
lhores são aqueles que estão fazen-
dooque fazempor escolha, por ser
umaescolhaverdadeira.
MARIATERESA
Publiquei,noano
passado, na
Você S/A
, uma capa,
“Sucesso, apaixão faz adiferença”,
e citei uma pesquisa feita nos Esta-
dos Unidos, que incluiu 1.500 ex-
alunos deMBA dasmelhores esco-
las e perguntou a eles: “Há vinte
anos, por que você escolheu o pri-
meiroemprego,depoisdoMBA?”.E
1.245disseram: “Escolhi porqueera
amelhor oferta financeira”. Os ou-
tros duzentos e poucos escolheram
porque era o que queriam fazer na
vida. O que aconteceu, vinte anos
depois, com essas pessoas? Nesse
grupode1.500,havia101“milioná-
rios”,genteque tinhaganhomaisde
ummilhãodedólares.E,desses101,
somente um vinha do grupo dos
1.245 que tinham feito a primeira
opçãode empregopor causade sa-
lário. Então, seoque a Fátimadiz é
que se você escolher peloque você
quer, terámais chancede sucesso –
háumapesquisaquecomprova isso.
SÉRGIO
Seráqueosonhodaspes-
soasésealocarnaempresaeaques-
tãoda paixãono trabalho é a ques-
tão do sujeito? Na verdade, os alu-
nosnão sevêemcomo sujeitos;mas
comoobjetos de que a empresa vai
seapropriar.Oestudanteque seco-
loca como sujeito temmuito mais
probabilidadedeserumdessesmili-
onários do que aquele que optou
pela melhor empresa. Percebo isso
na prática quando oriento os traba-
lhosdeconclusãodecursoepergun-
to ao aluno o que ele gosta de
fazer.Umavez,umalunorespondeu:
“Gosto de passear em
shopping
”. E
aí perguntei seele tinhaalgumacoi-
sacomvarejo. Essealuno fezoTCC
sobre
shopping
e hoje trabalha na
Provar.Exatamenteoquevocêcolo-
cou. Primeiro, nós temos que dar
autonomia para o aluno. Fazer com
que, na aprendizagem, ele sejao su-
jeitodoprocesso;enãoobjeto.Emsala
deaula, eledeve ser colocadocomo
alguémquevaibuscarconhecimento
enãosó informação.Oqueeuacho
queaescolapoderia fazer–e já tem
feito, mas poderia otimizar – é: pri-
meiroestaquestãodoensino-apren-
dizagem.NoBrasil, também émais
difícil fazer pesquisas como essa,
porqueanossaculturanãoestáaber-
Mesa redonda
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