Maio_2009 - page 109

Ummundo
maio
/
junho
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
103
ES
PM
resses nacionais, regionais estejam
fortes como sempre estiveram e há
pessoas dispostas a fazer de tudo
paramanter a suahegemonia, o seu
poder. É curioso que as empresas,
de certa forma, tomaram a diantei-
ra em relação aos governos, nessa
questão da cidadania planetária, e
também da sustentabilidade e da
interdependência. Vejo empresas
seapresentaremcomoparceirasdas
naçõesondeatuam, das comunida-
desaquepertencem,muitomaisdo
que qualquer governo. Talvez um
dilema, umproblemaqueomundo
enfrenta é este: como transferir au-
toridadeecapacidadedeaçãocada
vezmaisdosgovernosparaomundo
empresarial, o mundo privado (ao
contrário do que parece que vai
acontecer). Eunão confio nopoder
político organizado. O Monteiro
Lobato, que você tanto admira...
JRWP
– E que traduziu o livro do
WendellWillkie, em 1943...
Gracioso
– A definição que ele
dá à política é “a arte de sugar o
dinheiro do tesouro” e isso não é
sóbrasileiro, émundial.Achoque
as empresas, pelomenos, perdem
e ganham o seu próprio dinheiro,
nãoganhamnemperdemodinhei-
rodos impostos dos outros. Enfim,
vamos sonhar.
RosaAlegria
– Hoje um bilhão
de pessoas já estão na internet.
JRWP
–Vimosqueháprósecontras
nessa questão de que o mundo se
tornemelhor. Vamos esperar, pelo
nosso futuro, dos nossos alunos e
professores, filhos e netos, que os
prós levemamelhor nesseconfron-
to. Muito obrigado a todos.
Boapartedosbrasileiros instruídosquecresceramna
segundametadedo séculopassado foi influenciada
por um livro editado nos EUA em 1943 – e quase
imediatamente traduzido e lançado no Brasil por
MonteiroLobatoe suaCia. EditoraNacional como
1
o
volumedeumacoleçãochamadaGuerraePaz.
Tratava-sede
UmMundoSó
(OneWorld)deautoria
deWendell L.Willkie, umpolítico republicanoque
quase derrotou Roosevelt nas eleições de 1940 e
acabou se tornando seu aliado, a partir de 1941,
tendo participado – com Eleanor Roosevelt – da
fundaçãodaFreedomHouse, queexisteatéhoje.
Talvez pela primeira vez na história alguém tenha
usado a expressão para designar não um planeta
dominado por um estado nacional - arvorado em
império-, basicamentepela forçadas armasouda
riquezamaterial, mas a ideia de uma comunidade
igualitáriadenações.Paraescreverseu livro,Willkie
fez – em 1942 – a volta aomundo (em um bom-
bardeiroquadrimotorConsolidated, convertidoem
transportecomum). Eescreveu: a impressão líquida
dessaviagemnão foi uma impressãodedistânciaa
separar os povos, e simdaproximidade emque se
acham. (...)omundo se tornoupequenoeporcom-
pleto interdependente. (...) Daqui por diante temos
depensar emescalamundial.
Comohomemdoseu tempo–apesardapresciência
–WWviaaviabilizaçãodo seumundoúnicopela
óticadeumanova
Pax
Americana, emque seupaís
desempenhariaopapel central.
“Depois da guerra atual, os EstadosUnidos têmde
escolher umdestes três caminhos:
1
o
)
odo estreito
nacionalismo, conducentenofimàperdadanossa
própria liberdade;
2
o
)
odo imperialismo internacio-
nal, como sacrifícioda liberdadedeoutrasnações;
3
o
)
odacriaçãodeummundoemquehajaigualdade
deoportunidadespara todasasraçasenações.Estou
convencidodequeopovoamericanovai escolher,
por esmagadoramaioria, o terceirocaminho.”
Ahistória recente revelouoquantohaviadedesejo
epoucode realprofecianaquelapropostapara
Um
Mundo Só
. Seis décadasmais tarde, haverá condi-
çõesmaispropícias aumanovautopia?
(JRWP)
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