Maio_2009 - page 103

Ummundo
maio
/
junho
de
2009 – R e v i s t a d a E S P M
97
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Somos seres emevolução,
capazesdecriar grandes coisas.
~
î
mado“Entreosmurosdaescola”–um
filme francês que recomendo. Mostra
omicro-universode uma sala de aula,
na periferia de Paris onde semisturam
vietnamitas, vários magrebianos de
religiãomuçulmana,alguns franceses,é
umcaldeirão.Ofilmequase todo trans-
corredentrodeumasaladeaula.Háum
profundodesinteresse,deboapartedos
alunos,peloqueoprofessorestádizendo;
umadificuldadedediálogoenormeentre
osprópriosalunos:oprofessor tentando
ensinar literatura francesa, falando de
BalzacoudeFlaubertparapessoasabso-
lutamentedesinteressadas.Há tentativas
deboicotedoprofessor, atémesmoum
momento–omais tensodofilme–em
que há uma agressão física... Quando
você assiste ao filme pensa: “em que
encrencaaFrança foi semeter”.Depois
pensa“emqueencrencaomundofoise
meter”. Para finalmente perceber “aqui
estánascendoummundonovo”.Ofim
dofilmeé interessante,porque–depois
de todo esse conflito – todos vão jogar
futebolnopátiodaescola.
JorgeMontecinos
–Abola
uneasdiferenças.
RobertoPompeu
–Nãodiriaque
estão seaceitando,mas simachando
que aquilo é inevitável. As fronteiras
foram rompidas e não há retrocesso,
não temvolta.
Jorge Montecinos
– O filme é
interessante porque mostra que, por
meiodabola,poderiahaveressefinal
feliz; mas ele nãomostra a fronteira
interna que se traduz na frase: “sei
queé importanteconhecer oBalzac,
conheceroTolouse-Lautrec,mas–na
França – eu sou estrangeiro”; e se eu
for paraumpaís árabe, também serei
estrangeiro.Então,quemsoueu?Qual
a minha identidade? É neste mundo
globalqueestamosperdendoo foco,o
jovemestáperdendoasua identidade.
Em vez de ouvir: “você pertence ao
mundo, você é cidadão domundo”,
ouve “você não vota, você é de se-
gundacategoria, vocêestá limitado”.
RosaAlegria
–Estouparindouma
inspiração e vou metaforizar, se vo-
cês me dão licença. Vejo a situação
do mundo atual como ummundo
grávido; que está dando claros sinais
de parto, de nascimento. Como em
todos os ciclos históricos, novas eras
emergiramdegrandescrisesegrandes
colapsos. Estou inspirada porque on-
tem criamos um evento sobreoneo-
renascimento – estamos vendo que
esse“empowerment”doserhumano,
pormeioda informação,daconsciên-
ciasobreosdireitos,essaparticipação
do consumidor na produção (que o
Toffler já chamava de prossumidor,
no livro
Terceiraonda
), essabuscada
individualidade, quevejocomoposi-
tiva –não como individualismo,mas
comoabusca, resgatedasuaessência
}
Nós somos seres integrais, constituídospor eixos emocionais,
mentais, culturais e sociológicos.
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