 
          
            25
          
        
        
          M A I O
        
        
          /
        
        
          J U N H O
        
        
          D E
        
        
          2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
        
        
          Francisco
        
        
          Gracioso
        
        
          planejamento estratégico é falho. E
        
        
          dizem isso, não por empáfia, mas
        
        
          porque eles raciocinam como
        
        
          budistas zen;  para eles, o exercício
        
        
          do planejamento estratégico é bem
        
        
          diferentedonosso.
        
        
          ParaoBudismo,demodogeral,epara
        
        
          o Budismo Zen, em particular,
        
        
          passado, presente e futuro são uma
        
        
          linhacontínua;nãohádistinçãoclara
        
        
          entreelas.Principalmenteporqueeles
        
        
          professam a reencarnação, o que
        
        
          torna ainda mais tênue a distinção
        
        
          entre essas etapas. No início, as
        
        
          culturas ocidentais eram um pouco
        
        
          assim também. Entreos romanos, os
        
        
          deuses lareseramosdeusesda família
        
        
          de cada um; eram parte da família,
        
        
          tantoquantoos filhosouosnetos; os
        
        
          deuses lares tinham presença quase
        
        
          real, no conselho da família. A liga-
        
        
          çãoentreopassadoeopresenteera
        
        
          muitomaior.
        
        
          A SOLUÇÃO
        
        
          DO ENIGMA
        
        
          Compreendi, finalmente, que o pre-
        
        
          sente é o ponto de encontro onde
        
        
          interagem o passado e o futuro, ou
        
        
          seja,nossossonhosenossas lembran-
        
        
          ças. Da fusão destes dois elementos
        
        
          incorpóreos, surgeopresente, real e
        
        
          concreto.
        
        
          Oquenarrei aconteceupoucoantes
        
        
          de eu ter assumido a direção da
        
        
          ESPM.Vou,agora,mostrarcomoesta
        
        
          filosofia – que, desde aquela época,
        
        
          me acompanha – me ajudou a
        
        
          desempenharminha tarefa.
        
        
          Na verdade, se opassado e o futuro
        
        
          se “fundem” no presente e, em fun-
        
        
          çãodisto, nósconstruímoso futuro–
        
        
          estaéanossaverdadeiramissão.
        
        
          Quandoassumi adireção, em1981,
        
        
          a Escola era, realmente, muito pe-
        
        
          quena.Mas,apesardepequena, tinha
        
        
          uma imagemdefinida – um “capital
        
        
          intelectual”, por assimdizer, queme
        
        
          foi legado, e logo percebi que era o
        
        
          quehaviademaisvalioso,muitomais
        
        
          doqueopatrimônio físicodosmóveis
        
        
          edas instalações.
        
        
          NOSSOS SONHOS
        
        
          De início, erammuitomodestos.Re-
        
        
          sumiam-seemequilibrar as finanças
        
        
          e consolidar o curso de propaganda
        
        
          e marketing original. Mas, com-
        
        
          binando a tradição do passado e os
        
        
          sonhosdo futuro, chegamospoucoa
        
        
          pouco a uma novamissão: “Quere-
        
        
          mossercadavezmais reconhecidos,
        
        
          como Centro de Excelência na
        
        
          geraçãodeconhecimentosnoensino
        
        
          da Comunicação de Mercado,
        
        
          MarketingeAdministraçãocom foco
        
        
          nomercado”.
        
        
          LEMBRANÇAS
        
        
          Uma sala cedidapeloProfessor Bar-
        
        
          di, noMASP;mais tarde, umaantiga
        
        
          marcenarianoBexiga,como telhado
        
        
          roído pelos cupins. E quando
        
        
          mostrei, pela primeira vez, a
        
        
          planta do atual prédio, ouvi um
        
        
          cochicho: “OChico ficou louco?”
        
        
          Mas, acima de tudo isto, havia
        
        
          algo que nunca perdemos: nosso
        
        
          espírito demissão.
        
        
          Nossa missão já foi “ensinar pro-
        
        
          paganda”. Começamos numa épo-
        
        
          Uma sala cedida pelo Professor
        
        
          Bardi, noMASP; mais tarde, uma
        
        
          antigamarcenaria no Bexiga, com
        
        
          o telhado roído pelos cupins.
        
        
          ✲