Julho_2006 - page 18

Gerência
intercultural
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R e v i s t a d a E S P M –
julho
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agosto
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última década. Os próprios nomes
trans e multinacionais já sinalizam
para o fato de que as empresas se
encontravam presentes em vários
países e em várias culturas muito
antes dos anos noventa. Os pró-
prios interculturalistas,quehámuito
procuram“traduzir”paraoshomens
denegócios“umaculturaemoutra”,
são exemplos desta intimidade en-
tre empresas, sociedades emerca-
dos culturalmente distintos. Neste
caso, poder-se-ia perguntar o que
é novo neste contato a partir da
década de 1990?
A respostaparaestaperguntaencon-
tra-se na forma como a sociedade
ocidental vem discutindo, desde a
eclosão dos movimentos multicul-
turaisnadécadade1980,oque seja
opapel e o significadoda cultura e
dadiferençanomundocontemporâ-
neo. Embora esta discussão seja,
do ponto de vista político e social,
altamentecontroversa–envolvendo
questões que vão desde o reco-
nhecimento do direito a diferença
atéàdiferençadedireitos,passando
pelo direito ao reconhecimento da
contribuição de cada um ao todo
social –aculturadenegócios a tem
metabolizadode formaaneutralizar
todo este potencial disruptivo de
formaqueaagenda social possa ser
operacionalizadasemdanosempre-
sariais. Mas, independentemente
do processo de assepsia empreen-
dido pelo universo de negócios no
processo de construção da alteri-
dade e da diferença, o fato é que
reconhecer e valorizar a diferença
é hoje parte integrante do universo
corporativo.
Esteprocessodevalorizaçãoaparece
metamorfoseadodeváriasmaneiras.
Algumas empresas investiram na
diferença como uma fonte para a
criatividade empresarial, enquanto
outras comouma demonstraçãoda
sua responsabilidade social edo seu
comprometimentoecomportamen-
toéticoem relaçãoàcomunidadee,
aindaoutras,comopartedoseucapi-
tal intangível. Entretanto, qualquer
que seja a estratégia adotada, o
papel das diferentes concepções
de cultura e diferença concebidas
por cadaorganizaçãoeopapel das
culturas nacionais, organizacionais
e corporativas nestas concepções
passaram a ser fundamentais neste
processo. Um exame superficial
das políticas de diversidade imple-
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