Julho_2006 - page 136

Rev i sta da ESPM–
janeiro
/
fevereiro
de
2006
Ponto de
Vista
É muito claro que a decisão de se
terumasubsidiárianoBrasiléquase
sempre baseada na dimensão do
mercado local e na possibilidade,
apartir dessabase, deampliar uma
operação para oMercosul e outros
países daAmérica do Sul.
Essemercadoé,muitasvezes,grande
o suficiente e com potencial de
crescimento tornando-o atrativo.
Isto encoraja asmatrizes a enfrentar
os riscos financeiros que a região
representa. Esses riscos são muito
influenciados pelas constantes mu-
danças no ambiente de negócio e
nas leis que os regulamentam, uma
característica constante no Brasil e
nos países vizinhos. Recentemente,
o Brasil tem demonstrado capaci-
dade de controlar essas mudanças
atravésdacontinuidadedaspolíticas
econômicas aumentando, assim, a
previsibilidadedaeconomia.
OBrasil temdadopassos adequa-
dos para converter-se emumpaís
de menor risco, o que aumen-
tará o interesse em se abrir e/ou
manter uma subsidiária no País.
Alguns deles são:
1)
controleda inflação;
2)
aumentodas reservas;
3)
reduçãodasdívidas;
4)
flexibilidadenosmovimentos
decapitais;
5)
maior independênciado
BancoCentral;
Seé
precisotercomplexos,
6)
participaçãoem rodadasdenego-
ciaçõesdecomérciomundial;
7)
maior combateàpirataria
de todoo tipo.
Algumas características domercado
brasileiro,quepodem impactarposi-
tivamente as matrizes, são aquelas
conectadas com os segmentos de
baixa renda, que gradualmente pas-
sam a consumir, pelo aumento da
massa salarial epeladisponibilidade
de crédito para essa faixa da popu-
lação. Para abocanhar uma parcela
desse mercado, as empresas auto-
motivas desenharam, localmente,
motores de baixa cilindrada que se
converteram em sucesso de vendas
também em outras regiões, fazendo
do Brasil um exportador dessa tec-
nologiaedesse tipodemotorespara
outras filiais e matrizes. O mesmo
ocorrecoma tecnologiademotores
multicombustíveis que tem sido ex-
portada para todoomundo.
Damesma forma,os fabricantesbra-
sileiros de pneus têm-se convertido
em fornecedores globais, pelo custo
competitivo da mão-de-obra e por
suaprodutividade,gerandoumfluxo
de caixa tão importante, a ponto do
Brasil serconsideradoumverdadeiro
cashcow
paraasoperações globais.
Finalmente,comoclarademonstração
da importância das subsidiárias nos
negócios globais de uma empresa,
a indústria de eletrodomésticos tem
investido maciçamente no Brasil, o
quinto maior mercado do mundo,
em unidades. A princípio, pensou-
se no abastecimento dos mercados
de países vizinhos e, aos poucos, as
operações locais transformaram-se
em fornecedoras internacionais dos
mais variados produtos. Com isto,
os faturamentos de 8 anos atrás que
representavam2a3%do faturamento
global passaram, emmuitos casos, a
representar entre 10 a 20% daquele
faturamento.
A influênciadas subsidiáriasbrasilei-
ras sobre as matrizes também tem
sido percebida, do ponto de vista
estratégico,nodesigne inovação.Os
produtos são oferecidos aomercado
brasileiro, mas possuem excelente
aceitação em países como México,
Grécia, Rússia,Austráliaetc.
No seu contato com as matrizes, as
subsidiárias brasileiras devem apre-
sentar o Brasil como um país de
oportunidades.Nãosóporrepresentar
omaiormercadodaAméricadoSul,
como também pela capacidade de
desenvolver tecnologias que podem
ser aproveitadas em outras regiões e
também pela inovação, agregando,
dessa forma, valor às marcas em
muitospaísesdomundo.
Todas boas notícias. Como sabemos
que asmás corremmais rápido, en-
tão, que aceleremos a transmissão
das boas.
Victor Carlos Carelli foi presidente daGeneral Electric e daWhirlpool Argentina.
VictorCarlosCarelli
que sejamde superioridade
ES
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