Julho_2002 - page 27

Revista daESPM – Julho/Agosto de 2002
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empresa (usinagem, tratamento térmico,
tratamento químico, corte, vinco, emba-
lagem etc.) ou após o produto terminado
mas que são fundamentais paraomesmo
chegar ao consumidor final (transporte,
armazenamento, comissão etc.). Nesse
momento, pode-se chegar ao conceitodo
CP(consumodoprocesso)quefoiexpres-
soacima, istoé,CP=MC+ST.
Ooutronível seriaoVAL (valor adi-
cionado líquido), onde as depreciações
(D) e amortizações (A) são retiradas do
VAB, logo:
VAL=VAB –D –A
Finalmente, oVAT (valor adiciona-
do total) será acrescido de outras recei-
tas (rendas) que não fazem parte da ati-
vidade, mas que aumentam a riqueza.
Assim:
VAT=VAL+RF+EP+OR
As receitas financeiras (RF) serão
aquelas obtidas de juros de aplicações
financeiras ou de juros de cobrança de
inadimplentes. As receitas obtidas por
aplicaçõesemoutrasempresas serão re-
conhecidas pelo método da equivalên-
cia patrimonial (EP).Venda de imobili-
zado, aluguéis e outras que não tenham
vínculo com a atividade serão entendi-
das como outras receitas (OR).
3.1.4.2 – Responsabilidade
Social
Tomandopor basea idéiacentral de
uma revistaconceituadanaáreadequa-
lidade (revista
Banas Qualidade
), em
sua versão digital (http://
,
pode-se ver claramente a confusão
conceitual generalizada por entidades
formadoras deopinião, de empresários
ou, quiçá, que a represente:
“Paranós,
a integração sistêmica e eficaz dessas
ações
2
fundamentais, apoiada nos ci-
tadosmodelos internacionais
(que têm
a vantagem adicional de serem
auditáveis), representa a
essência
3
do
que denominamos acima de ‘Respon-
sabilidadeSocialBásica’.E repetimos:
as ações complementares de assisten-
cialismo pela iniciativa privada (mui-
tas delas, diga-se, são atividades ine-
rentes a funções do Estado – como a
Educação, por exemplo) serão sempre
bem-vindas, apesarde seresseum tema
que, normalmente, dá margem a mui-
tas e longas discussões...”
Pela análise do conteúdo da citação
acima, pode-se inferir alguns pontos de
destaque, entre eles:
a) Implementar normas para que as
empresas possam aderir à responsabili-
dade social, no melhor estilo de
Durkheim;
b) Buscar algummodo de auditar o
sistema para garantir segurança e pa-
drões;
c)Criar um conceitoprópriode res-
ponsabilidade social e, em seguida, afir-
mar o que é que se constitui como es-
sência do sistema;
d)Promoveroassistencialismosem,
contudo, afirmar categoricamente que
este é o pano de fundo verdadeiro da
cena.
3.1.4.3 –MarketingSocial
Um dos fenômenos mais “extraor-
dinários” que se buscou com a visão
assistencialistada responsabilidade so-
cial, segundo o conceito emanado pe-
los órgãos de representação do pensa-
mentoempresarial, éadivulgaçãopara
a sociedade, normalmentecomum tom
demasiadamente piegas, das ações que
a empresa realizou em prol de uma co-
munidade carente.
Não ficaevidenciado,porém,que tais
açõessão inócuasequenão irão resolver
a verdadeira equação da responsabilida-
dequeéoequilíbrioentre todososagen-
tes participantes das ações sociais.
Extraordinário mesmo é perceber
que,muitasvezes, ogastopublicitárioé
maior que a aplicação de recursos nas
chamadas“ações sociais”, aindaque se-
jam improdutivas. Evidencia-se que a
preocupação central está calcada em
pontos como:
•Háproblemassociaisnopaís (como
se isso fosse uma revelação inédita);
•A empresa em questão, preocupa-
da como fato social, está fazendo a sua
parte;
•Ogovernoéquedeveria fazeralgo,
masnão faz.Logo, aempresaémaisefi-
cientequeogoverno, inclusivepara tra-
tar de assuntos eminentemente deEsta-
do (máximadopensamentoNeoliberal).
3.1.4.4 – Normas Existentes
paraParametrizar asAções
Sociais das Empresas
3.1.4.4.1 – Normas ISO
14.000 (GestãoAmbiental)
A norma ISO 14.000 foi elaborada
como intuitodeconscientizar as empre-
sas no tocante aos efeitos que elas pro-
vocamnomeio ambiente.Háumapreo-
cupação em se evitar desastres e conta-
minações examinando-se, a
priori
, os
processos internos, sobejamente os que
sereferemàeliminaçãodeefluenteseque
2
Ações – no contexto do artigo da revista – vem a ser o emprego ou a adoção das normas ISO 14.000, BS 8.800, OHSAS 18.000 e SA 8.000, que serão
explicadas em seguida;
3
Grifo nosso;
“O funcionamento
das instituiçõesde
modo
complementaré
que irágeraro
efeitoda
solidariedade.”
1...,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26 28,29,30,31,32,33,34,35,36,37,...120
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