 
          AESPM,noanode2009,lançouoprimeiroEncarteEspecialcomartigos
        
        
          deprofessoresdocursodeRelaçõesInternacionais.Aseguir,apresenta-
        
        
          mos aqui o segundodeuma série.Notaremosqueo tema central será
        
        
          a“sustentabilidade”,umavezqueganhaacadaanodimensõesglobais
        
        
          nasnegociações internacionaise,nabuscadapreservaçãodanatureza,
        
        
          énecessárionãoesqueceropapelcrescente,ecadavezmais importante,
        
        
          dasnegociações internacionaissobremudançasclimáticas.
        
        
          2009 foi oprimeiro anoda nova e promissora administraçãodoPre-
        
        
          sidente BarackObama, nos EstadosUnidos. Anova presidência foi a
        
        
          principalnotícianasrelações internacionaisem2009, apesardeonovo
        
        
          Presidenteestarterminandooanocomumfocomuitomaisdoméstico
        
        
          doque internacional.
        
        
          Naarenaeconômica, o temamaispreocupantenãodiz respeitoàcrise
        
        
          financeiraglobalpropriamenteditaque,aospoucos,seesvaece.Dizres-
        
        
          peito, sim,àquestãodagovernançaeconômicaglobal–ouseja,àforma
        
        
          comoomundoseorganizapara“governar”aeconomia internacional.
        
        
          Sabe-se, também,queessa integraçãodeeconomiaeambiente,necessa-
        
        
          riamente, importaemumadiminuiçãonoritmodecrescimentoeconô-
        
        
          mico,oquedeformaalgumaédesejadopelospaísesemdesenvolvimento.
        
        
          Oproblemamaior que sedelineiadiz respeito à interação entreos di-
        
        
          versoscontextosatuaisdagovernançaeconômicaglobal.Efetivamente,
        
        
          háumdescompassoentretaiscontextos.Enquantoapartefinanceirae
        
        
          macroeconômicaseestruturaatémesmopormeiodorenascimentodo
        
        
          FMI emnovasbases, o sistemamultilateraldecomércioestápassando
        
        
          por umde seus pioresmomentos com adesmoralizaçãodaOMC em
        
        
          virtudedos fracassosdeDoha.
        
        
          OGovernoObama,queesseanoseviudiantedaárduamissãodeenfren-
        
        
          taramaisgravecriseeconômicaemoitodécadas,alémdedefendercom
        
        
          unhasedentesumnovomarcoparaosistemadesaúdeestadunidense,
        
        
          possuiumagrande inclinaçãoàadoçãodeenergiasrenováveise limpas.
        
        
          AChina é grande poluidora e não parece inclinada em contribuir de
        
        
          formacabalparaestancar suasexternalidadesnegativas.
        
        
          OBrasil,porseuturno, tambémépoluidor.Apesardepossuirumama-
        
        
          trizenergéticarelativamentelimpa,faceàsuagrandebaciahidrográfica,
        
        
          quepermiteageraçãodeenergiaelétricaemquase80%,lamentavelmente
        
        
          nãoconseguimoscontrolarasqueimadasnaAmazônia,quecorrespon-
        
        
          demmaisde70%dasnossasprópriasemissõesdegasesdeefeitoestufa.
        
        
          Evidentementeque temosde considerar comopontos anosso favor o
        
        
          programadoetanol edobiodiesel,mas issonãoésuficiente.
        
        
          Noquedizrespeitoaodebatesobresustentabilidadeesegurança inter-
        
        
          nacional, dois temas são recorrentes e amplamente discutidos: de um
        
        
          lado, os combustíveis fósseis (comopetróleoegás), e, deoutro, aágua.
        
        
          NocasodoConeSul,essaregiãosedestacapelaexistênciadepaísescom
        
        
          abundânciade recursoshídricos.
        
        
          Nãopodemos perder de vista que a água é um recursonão renovável
        
        
          que poderá, emum futuropróximo, ser umbem valioso e disputado
        
        
          naarenada segurança internacional. A fragilidadedo controle estatal
        
        
          sobre este importante recurso poderá gerar potenciais conflitos civis
        
        
          pelo controle da água. Tal asserção é feita considerando, também, os
        
        
          efeitos do aquecimento global, que têmpiorado as condições de vida
        
        
          em regiõesmaissecasdoplaneta.
        
        
          Comoveremos, oBrasilpossui entre15e20%dasespéciesdoplaneta,
        
        
          o que o torna o país com amaior biodiversidade da Terra. Sua flora
        
        
          é amais diversa, totalizandomais de cinquenta e cincomil espécies.
        
        
          Os ecossistemasmais ricos domundo (Amazônia, Cerrado e aMata
        
        
          Atlântica), estão localizadosnoBrasil, sendoqueaFlorestaAmazônica
        
        
          compreende26%dasflorestas tropicaisqueainda restamnoplaneta.
        
        
          Aindaquede forma incipiente, as empresas têmapresentadoalgumas
        
        
          soluçõessustentáveisque,de fato, contribuampositivamenteparame-
        
        
          lhoradas condições de vidade nossa sociedade e seus consumidores.
        
        
          As empresas perceberam que podem se diferenciar de concorrentes
        
        
          utilizandopráticasquevisamàotimizaçãoderecursosnãorenováveis.A
        
        
          incorporaçãodeumafilosofiavoltadaparaasustentabilidadeprodutiva
        
        
          pode trazer uma série de benefícios para a empresa e consumidores,
        
        
          influenciandotodaacadeiadevalores(
        
        
          input,throughputeoutput
        
        
          ).Ouseja,
        
        
          o  conceitoda sustentabilidadepode ser incorporado emquase todos
        
        
          osprodutosqueexportamos.
        
        
          Ao pensar sustentavelmente, estamos propondo-nos a configurar
        
        
          as atividades humanas de acordo com o melhor para o planeta,
        
        
          pensandoassimnofuturo.Asaçõessustentáveistambémseaplicam
        
        
          ao segmentode luxo, exigindoadaptaçõesporpartedasempresase
        
        
          indústrias queopraticam.
        
        
          As ações estão sendo realizadas,mesmoquepaulatinas. A expectativa
        
        
          dosotimistaseraadeque fechássemosoanocomresultadospositivos
        
        
          na Conferência de Copenhague, no entanto observou-se que  ainda
        
        
          persisteumadesuniãodogrupodospaíses emdesenvolvimento  eos
        
        
          paísesricosparticularmente  sobreascontribuiçõesfinanceiras  parao
        
        
          combateamudançasclimáticas.Osseusresultadosforamdecepcionan-
        
        
          tes. Aofinal deduas semanas, os192paísespresentes só conseguiram
        
        
          por-sedeacordo sobreummaiordenominador comummuitogeral e
        
        
          nãoobrigatório.
        
        
          2010poderáserpalcodegrandesdeliberaçõessobreasquestões,parti-
        
        
          cularmenteapartirdomomentoemqueosEstadosUnidos lograrem
        
        
          promulgarumanova leidemudançasclimáticasquedeixaráomundo
        
        
          como seguintedilema: combater o atentado aoprotecionismoque a
        
        
          legislaçãopoderárepresentarbuscandoumnovocontextodediscussão
        
        
          enegociaçãosobreoassunto(umaDoha“turbinada”,umanovarodada,
        
        
          umnovoFórumdentrodosistemadaOMC–entreoutros),ouseguir
        
        
          o exemplonorte-americano e “dar o troco” com amesmamoeda, de
        
        
          forma aque o comércio internacional se vejadiantedeumapequena
        
        
          guerracomercial,ondecadapaísdefine,porsisó,arelaçãoentrecomér-
        
        
          cioemudançasclimáticaseaplicasuasprópriasversõesdaschamadas
        
        
          “medidasde fronteira”ou“bordercarbon tax.”
        
        
          Temas,comoosmencionadosacima,serãoabordadosnospróximosartigoselaborados
        
        
          pelocorpodocentedocursodeRelaçõesInternacionaisdaESPM.
        
        
          Editorial
        
        
          SÉRGIOPIOBERNARDES
        
        
          Diretor Nacional dosCursos deGraduação emRelações Internacionais comÊnfase emMarketing eNegócios