janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
85
DIEGOPAUTASSO
GraduadoemGeografia,mestreedoutoran-
doemCiênciaPolíticapelaUFRGS.Atual-
menteéprofessor deRelações Internacionais
daESPM-RS. E-mail:
1.
VersitedoBancoMundial:www.worldbank.org/data
2.
A siglaMTOE corresponde a unidade demedida
corrente em temas relacionados à energia e significa
milhõesde toneladasequivalentesdepetróleo.
3.
Ver sitedaBP:www.bp.com
4.
Ver sitedaEIA:www.eia.doe.gov
5.
VersitedoBancoMundial:www.worldbank.org/data
6.
Ver sitedaBP:www.bp.com
7.
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NOTAS
BIBLIOGRAFIA
ES
PM
realista para essa problemática
nas relações internacionais.
Embora a transição sistêmica
coincida com a transformação
do padrão tecnológico e orga-
nizacional da Revolução Cien
tífico-Tecnológica- RCT (ARRIGHI,
1996),oparadigmaenergéticoainda
não assumiu contornos defini-
dos. E a mudança do paradigma
energético é de longo prazo,
uma vez que os recursos fósseis
(petróleo, gás natural e carvão
mineral), ainda representaram
mais de 88% (9.958 mtoe) da
energia consumida nomundo em
2008. Nesse sentido, aChina, ao
entrar na RCT (OLIVEIRA, 2003),
está não só a buscar superar um
problema setorial (energético-
ambiental), mas, quiçá, a dar
uma resposta a uma questão
global, cuja liderança deve coin-
cidir com a do próprio sistema
internacional.
Em suma, a solução não passa
pela exclusãodaChina oude ou-
tros países emergentes, do pro-
cesso demodernização e de seus
efeitos ambientais, mas sim por
um salto de qualidade do sistema
produtivo e de consumo globais.
Podemos sumarizar o artigo nos
seguintes argumentos:
1)
a pro-
blemática energético-ambiental
da China é parte inerente do seu
desenvolvimento e
2)
o desafio
chinês é, sobretudo, um desafio
global, uma vez que os indicado-
res de consumo de energia e de
emissões de poluentes da China
– e dos países periféricos – não
são altos, tampouco representam
a maior pressão energético-
ambiental sobre o planeta.
milhões de quilowatts em 2008,
representando 1,5% da geração
elétrica.
7
Na energia solar, o país
já possui os maiores campos de
captação, bem como empresas
dinâmicas, como uma dasmaio-
res do mundo, a Suntech.
8
Alémdosesforçosparaadiversifica-
ção damatriz e para o aumento da
eficiência no seu consumo, o país
aindaprecisa ampliar o suprimento
energético via importações. Isto
explica a forte presença da China
naÁfricaeosesforçosdiplomáticos
do governo chinês para fortalecer a
segurança energética (PAUTASSO,
2009a e 2009b). Nesse sentido, a
questão energética liga-se, não só
à importante problemática am-
biental, mas também à garantia da
manutenção do ritmo damoderni-
zação, à sustentaçãoda estabilida-
de política e à inserção do país no
sistema internacional.
Considerações finais
Uma análise mais detalhada
dos dados permite concluir
que a problemática energético-
ambiental da China não repre-
senta uma anomalia, mas, ao
contrário, é parte de um amplo
processo de modernização em
escala global, cujas contradições
vão pressionando por alternati-
vas. Não se trata deminimizar o
problema, mas de compreender
que, dada a matriz energética
mundial, esta não será uma res-
posta rápida e simples, tampou-
co exclusivamente chinesa. Ora,
visões ingênuas da questão acer-
ca da sustentabilidade dificultam
a construção de uma agenda
