Sustentabilidade_Janeiro_2010 - page 125

janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
125
Leonardo
Castillo
a introduçãodoconceitodeprodução
mais limpa (P+L),umaabordagempre-
ventivaem respostaà responsabilidade
financeiraadicionaltrazidapeloscustos
docontroledapoluição. Seguidamen-
te, a busca pela ecoeficiência levou
ao desenvolvimento dos Sistemas de
Gerenciamento Ambiental (SGA) e à
implementação dos programas ISO
14000.HojeoBrasil contacomquase
500 empresas certificadas. Já na fase
final desse primeiro nível o objetivo
procurado pelas empresas consiste na
transformação dos processos de pro-
dução em cadeias produtivas não po-
luentes.Trata-sedabuscapelaemissão
zero, quepode ser atingida, emulando
ofuncionamentodosciclosdanatureza
nosquaisnadaseperde,poiso resíduo
deumé,literalmente,alimentodeoutro
processo. Duas abordagens trabalham
com esse conceito. A primeira é co-
nhecidacomoCradle toCradleDesign
(Design do Berço ao Berço), proposta
por McDonough e Braungart. Trata-se
de uma estratégia de fluxo fechado
ondeaempresacontrolaatotalidadedo
ciclodevidadoproduto,eemespecial
seufimdevida.A segunda, conhecida
comoZERI (Zero Emmisions Research
Initiative), foi desenvolvida porGünter
Pauli econsistenabuscapela redução
máxima do conjunto de
outputs
e a
venda das emissões restantes a outras
empresascomomatériassecundárias.
Apesar dos avanços edas previsões
mais otimistas, a limitação deste
nível em relação à sustentabilidade
residenoseucaráterde interferência
estritamente técnico. Ou seja, não
demandamudanças reaisnosestilos
de vida e nos hábitos de consumo
dos usuários. Sabemos que nas
economiasemergentes,comoéado
Brasil, os níveis de consumo regis-
tramumacrescenteofertaeprocura
de bens e serviços que no final da
vidaútil terãoum impactoambiental
aindanãodimensionado, oquenos
leva, necessariamente, àprocurade
novas soluçõesmais sustentáveis.
Desenvolvimento
de novos
Nível
2
Este nível de interferência procura
explorarmecanismos que permitam
umamudança a partir da oferta de
produtosque foramconcebidoscom
ummínimo impactoambiental. Ima-
gineporexemploo impactodeuma
máquinadelavarroupasquefunciona
porprocessosdeultra-someeletrólise:
aroupaélavadacompoucaquantida-
dedeáguaesemusodedetergente.
Oprocessode interferênciaacontece
aindanafasedeconcepçãodoprodu-
toafimdeevitaroueliminarpossíveis
impactosnegativosnomeioambiente.
Para detectar possíveis pontos de
inovação, é necessária uma percep-
ção holística do processo, assim como a
constante avaliaçãodos fluxos dematéria
necessáriosà fabricaçãoeusodoproduto,
ao longodoseuciclodevida.
Duasferramentassãofundamentais:aAná-
lisedoCiclodeVidadoProduto(ACV)eo
Ecodesign.Ambas auxiliama tomadade
decisão, viabilizando soluções tais como
aminimizaçãode recursos, aescolhade
recursos de baixo impacto ambiental, a
seleção de materiais e processos mais
eficientes, a extensão e otimização dos
materiaisea facilitaçãodadesmontagem
doprodutonofinal da suavidaútil para
finsdereciclagem,reutilizaçãodealgumas
peças,ouodescartefinal.
produtos sustentáveis
OCiclodeVida do Produto e o Ecodesign auxiliam a tomada
de decisão, viabilizando soluções tais como a seleçãodemate-
riais e processosmais eficientes, facilitaçãoda desmontagem
doproduto nofinal da sua vida útil para fins de reciclagem ou a
reutilizaçãode algumas peças.
î
s
Frank LEFEBVRE-
Driftwood
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