Sustentabilidade_Janeiro_2010 - page 118

R E V I S T A D A E S P M –
janeiro
/
fevereiro
de
2010
118
por qualquer outra civilização. En-
tretanto, esses avanços também são
responsáveis por muitas das amea-
çasecológicase tensões sociaisque
sugerem, visivelmente, que a ativi-
dadehumana foi alémdoque seria
razoável. Para reverter esse quadro
de impactos negativos, precisamos
de soluções inovadorasquenão são
tão simplesde ser geradas enemde
fácil acesso.
Anaturezacomplexaemultidimen-
sional da situação atual exige,mais
doquenunca, cooperação. Particu-
larmente, a colaboração entre uni-
versidadee indústria. Investimentos
eesforçossignificativosempesquisa
e desenvolvimento precisam ser
direcionados a projetos que visem
encontrar respostas às questões
centrais em um ritmo acelerado e
crescente. Énecessáriodesafiarem-
presas, sociedade civil e a eficácia
daspolíticaspúblicasparaamobili-
zação.Se istonãoacontecer,estarão
sob risco a saudável coexistência
das espécies e o compartilhamento
e usufruto comum das principais
conquistas desta civilização, que
tornaram possível o avanço da
ciência e inovação tecnológica. A
questão central amplia e integra as
funções do artefato e do processo,
direcionando-os à sustentabilidade
da vida (dos humanos, espécies
vivas e ecossistemas).
O termo
design
sustentável surgiu
com o advento do movimento da
sustentabilidade para preservar
o meio ambiente, mitigando os
problemas da extração damatéria-
primaedaenergianecessárias para
asua fabricação.Esse“novo
design
”,
no entanto, não se restringe aos
aspectos ambientais,mas alcançaa
condiçãodevidadosconsumidores
que, sob a ótica da justiça social e
do bem-estar, devem ter acesso a
produtoseconomicamentemódicos
e seguros à sua saúde, cumprindo
uma função de ordem planetária e
humanista: trazer o bem-estar e a
satisfação a quem os utiliza. Nesse
sentidoevolutivo,o
design
devepro-
jetar qualquer tipo de solução sob
a perspectiva do futuro, como um
princípio norteador de criatividade
no presente, pois as necessidades
queogeraramdevemconsiderar to-
dosos impactosdaquiloque sepro-
põe a ser solução, hoje e amanhã.
ANOVALÓGICA
INDUSTRIALDOS3RS
Anovalógicaindustrialdos3Rs(reduzir,
reutilizar e reciclar) deveestarpresente
nos produtos desenvolvidos dentro da
visãodo
design
sustentável.Essesprodu-
tos,quandoemsua fasedeconcepção,
devem ser elaborados jáparapossíveis
reutilizaçõesparasua funçãoprincipal.
Comumamaiordurabilidadequeevite
baixautilizaçãoeusodemateriaisque
permitama reciclagem.
AESPAÇONAVETERRA:
LIÇÕESDAHISTÓRIAEDEUM
PROFETADATECNOLOGIA
Hámais de setenta anos, na década
de30,BuckminsterFuller,um inventor
norte-americanodevanguarda, faleci-
donosanos80,jáhaviaalcançadoum
nívelelevadodeconsciênciaoferecen-
do aomundo inovações sustentáveis.
Buck, comoeranormalmenteconhe-
cido,tinhaumaextraordináriavisãode
futuro e queria melhorar a condição
devidadahumanidadepreservandoo
meioambientepormeiodaarquitetura
e do
design
. Ele argumentava que os
recursos limitados daTerra poderiam
ser superados pelas invenções que
forneceriam ainda maiores opções e
escolhas, embora usando cada vez
menos quantidades de materiais. Ele
preconizouquea“evoluçãoéo resul-
tadododesejonaturaldecadaespécie
deviveralémdosseusrecursos”.Buck
foiumdosprimeiros inventoresapro-
pagarumavisãosistêmicadaenergia,
da eficiência, da arquitetura, do
de-
sign
e da engenharia. Também como
arquiteto, Buckminster Fuller buscou
conciliar a nova era da industrializa-
ção e da produção emmassa com
a arquitetura e o
design
, produzindo
obras que fossem de acordo com os
3R
S
REDUZIR
REUTILIZAR
RECICLAR
Domundo do design
ao design domundo
¸
1...,108,109,110,111,112,113,114,115,116,117 119,120,121,122,123,124,125,126,127,128,...184
Powered by FlippingBook