Sustentabilidade_Janeiro_2010 - page 105

F
CADERNOESPECIAL
interpessoal, foco em resultados, ousadia, adminis-
traçãodotempo,persistência,resistênciaàfrustração,
entusiasmo, sensibilidade,habilidadeemnegociação.
São as atitudes, o comportamento adequado e bem
adaptadoquefazemefarãoadiferençaparaqualquer
profissional.Poressarazãosãotãodesejadasnospro-
cessosseletivos.Nãoéprerrogativadosprofissionaisda
áreaderelaçãointernacional,masessesprofissionais,
talvezmaisdoqueprofissionaisdeáreasmais técni-
cas, serão fortementeexigidosem relaçãoàscompe-
tênciascomportamentaisprincipalmenteporque,em
essência,aatividadeestácalçadaemrelacionamento
e isso inclui saber lidarcomasdiferençasdecrenças,
valoreseculturas.
Minha ideia não é listar as tarefas ou as atribuições
dosprofissionaisdessaárea,mesmoporquecadaem-
presa terásuasespecificidadeseexigênciase também
porque sobre as competências técnicas hámaterial
suficientementedisponívelna literatura,mesmoque
recente.Oquepoucosefalaé justamentedasatitudes
esperadas dos profissionais dessa área. Talvezmais
doque emoutras, esses jovensdevam ter iniciativa e
interessepelonovo,masdevemtambémsaberesperar
o tempo dematuração dos processos, das relações.
Relacionamento leva tempoparaconstruir.Comoos
jovens, dageraçãoY, tendema sermais imediatistas,
esseéumdosexercíciosqueelesencontrampelafrente:
dosar a iniciativa e aproatividade, coma capacidade
de espera do amadurecimento dos processos e das
relações.Àsvezespodemsentirdificuldadeemaceitar
prazos,sugestõesououtras interferênciasporexcesso
de autoconfiança e por falta dematuridade. Esse é
umpontoquepodegerarmuitasdiscussões,masnão
poderiadeixardesermencionado.
Outropontoqueconsiderorelevanteéafacilidadepara
interagir e trabalhar emgrupo. Essageração tende a
se comunicarmuitomais virtualmente do que pes-
soalmenteealgumasvezessesentem travadosdiante
de outras pessoas. Comunicar implica compreender
ooutroea simesmoeexpressar-sedemaneiraclara,
objetiva e assertiva em consonância com objetivos
organizacionais,partilhandonormascomuns.
Não basta entender os conceitos e saber fazer, mas
saber secomunicarcomclarezaeobjetividadeeestar
abertoaperceberqueoseumododeenxergarascoisas
podenãoseroúnicoenemomelhor. Isso implicaem
estarabertoparaonovo,emquebrarparadigmascom
frequência. Parece simples, mas é uma atitude que
muitasvezesécontráriaaoqueseaprendeuao longo
da história de vida. Defender suas ideias e posições.
Nessecaso,apessoadeveserflexíveledefenderideiase
interessesdaorganizaçãoparaaqualestátrabalhando.
Portanto relacionamento interpessoal, capacidade
de comunicaçãoverbal, escutaativa−paciênciapara
escutar oque ooutro tem a dizer sem interrupções
e com interesse − e habilidade em negociação, são
exercícios necessários para odesempenho adequado
doseupapelprofissional.
Pelos exemplos acima, nota-se que o desempenho
profissional não implica na realizaçãomecânica de
um conjunto de tarefas, mas é a aplicação direta
das competências que o indivíduomobiliza diante
de um cenárioprofissional cada vezmaismutável e
complexo. Essa complexidade de situações torna o
imprevistocadavezmaiscotidianoerotineiro. Assim,
adaptar-se rapidamenteaonovoéoutraprerrogativa
paraos jovens.Novas demandas de trabalhos, novas
ferramentas,novasperspectivas,problemasnovospara
osquaisnão se tem experiênciaou vivênciaanterior.
Essa é uma experiência cada vezmais comum nas
arenasorganizacionaisemnívelmundial.
Assim,podemosconcluirdizendoquealémdoquese
aprendeemsaladeaulaenodiaadiaoperacionaldas
empresas,asatitudesapresentadasacimaconstituirão
os diferenciais para os profissionais da área de RI e
tambémpara profissionais de todas as outras áreas.
Itens como comprometimento, responsabilidade,
autodesenvolvimento, podem complementar esse
breveperfil,mashámuitosoutrosquepoderiam ser
apresentados que vãomuito alémdo conhecimento
técnico-operacional. Aqueles que entenderem que
estamos vivendo tempos de enormes desafios e que
perceberemacomplexidadedocontextopoderãoexercer
umpapelfundamentalparaodesenvolvimentoéticoea
melhoriadasrelaçõessociaisecomerciaisentreorganiza-
çõesepaíses, trabalhandoparapromoverasmudanças
queasociedadeambiciona.Ficaaíodesafio.
FONTES:
Fleury, Maria Tereza Leme e Fleury, Afonso
, Construindo o conceito de
competência.
Rev.adm.contemp.vol.5no.speCuritiba 2001
Gramigna, Maria Rita
, Modelo de Competências e Gestão dos Talentos,
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Miyamoto,Shiguenoli,
OEnsinodasRelaçõesInternacionaisnoBrasil:Proble-
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RevistadeSociologiaePolítican
o
20:103-114 jun.2003
disponíveleletronicamenteemhttp://www.scielo.br/pdf/rsocp/n20/n20a9.pdf
Rabaglio, Maria Odete,
Seleção por Competências
. 4
a
Edição Educator,
SãoPaulo,2001
ADRIANAGOMES
Mestre em Psicologia, Profa. da pós-graduação da
ESPM, Orientadora de Carreira. Autora do Livro
Mu-
dança de carreira e transformação da identidade
e
Diretorado sitewww.vidaecarreira.com.br
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