Julho_2006 - page 46

Júlio César
TavaresMoreira
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julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
e comercialização dos produtos das
empresasquedevemaosbancos.Mas
como estas empresas passam a apre­
sentardificuldadesnassuasoperações
em função da própria instabilidade
financeira,dadiminuiçãodocrédito
ao consumidor, das altas taxas de
juros, os riscos de empréstimo dos
bancos, tendencialmente crescem,
as taxas de juros tendem a subir ou
se manter em patamares elevados
para compensar esse risco, e isso
sufocaaindamais as empresasnão-
financeiras.
Outro fator importante no processo
deglobalização,quasecomoexigên­
cia do próprio processo, é a forte
tendência nas economias atrasadas
deeliminaremou reduzirem substan­
cialmente a intervenção do Estado,
aumentandoaprivatização,aabertura
comercialefinanceiraeadesregula­
mentaçãodasatividadesfinanceiras
(Fiori, 2001).
A conseqüência natural deste
processo é que a privatização au­
menta a concentraçãode riqueza;
a abertura comercial e financeira
expõe o mercado interno à con­
corrência internacional; as em­
presas competitivas sobrevivem,
as outras morrem, o desemprego
aumenta, o mercado de trabalho
informal aumenta, o trabalhador a
cada dia fica mais desprotegido, o
pequeno empresário continua com
dificuldades para sobreviver, sem
proteção e sem consumidor, em
funçãodo seudespreparoparauma
competição internacional, a queda
dearrecadaçãodos impostos atuais
aumenta levandoogovernoa imple­
mentarnovos impostoseacapacidade
de investimentodogovernonasáreas
sociaisdiminui.
Seoquadroacimarevelaaatualsitua­
çãodos países emdesenvolvimento
ou subdesenvolvidos incluídos ou
excluídos da aldeia global ou da
rede informacional, nas economias
oumercados centrais a privatização
serveparadar destinoprodutivoaos
capitais “parados” e para gerar re­
cursosparaoEstadofinanciaroutras
atividades estratégicas que neces­
sitam de apoio. Por outras palavras,
oGoverno fica cada vezmais forte,
comparativamente à periferia, para
proteger os interesses nacionais.
Apesar de os países que compõem
o G-7 estabelecerem as regras e
a regulamentação do processo de
globalização, inclusive na área da
educação que por eles enquanto
áreade serviçodeveria sofrermenor
intervenção do estado, quando estas
de fatonãoatendemaos seus interes­
ses, vale inclusive a não-abertura de
seusmercados.Tais fatos forammais
de uma vez objeto de desacordos
e discussão dentro da OMC – Or­
ganização Mundial do Comércio
– envolvendo os Estados Unidos,
Canadá, Inglaterra, entre outros,
principalmenteem funçãodacomer­
cializaçãodeprodutosagrícolas e de
produtos industriaisdebaixa tecno­
logiaoude tecnologiauniversalque
todos sabem fazer.
Segundo Chesnais (1999), a glo­
balização financeira não é um fato
natural, provocado pelo mercado,
mas foi o resultado deliberado de
políticas financeiras da potência
hegemônica.
F
Apesar de os países que compõem oG-7 estabelecerem as re-
gras e a regulamentação do processo de globalização, quando
estas de fato não atendem aos seus interesses, vale inclusive
a não-abertura de seusmercados.
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