Maio_2005 - page 23

GilbertoC.
Leifert
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S E T EMB RO
/
OU T UBRO
DE
2005 –REV I STA DA ESPM
O CONAR comemora 25 anos. É
hora de lembrar um pouco da sua
história, reverenciarospioneirosda
auto-regulamentação, repassar os
desafios do presente e do futuro.
Nossamemórianos remetea1978,
quando ainda pesava o chumbo
grosso da censura sobre opinião,
notícia e anúncio.
Atendendo ao chamamento do
presidente da APP, Luiz Celso de
Piratininga, instalava-se em São
Paulo o III Congresso Brasileiro de
Propaganda e, por aclamação de
seuplenário,eraaprovadooCódigo
BrasileirodeAuto-Regulamentação
Publicitária, doze anos antes do
Código deDefesa doConsumidor.
Inspirados noparadigma britânico,
Caio Domingues, Mauro Salles e
outros colegas, igualmente ilustres,
arregaçaram as mangas e ela-
boraram o documento que passou
a ser referênciaparaacriação, pro-
dução e veiculação de anúncios.
As novas normas éticas cuidavam
de honestidade e veracidade, do
respeito à criança, à ecologia e
tantosoutrosvalores.Nasciam tam-
bém as restrições aos horários de
veiculaçãode comerciais de cigar-
ros e bebidas alcoólicas.
À luzdoCódigo,GeraldoAlonsoeo
jurista SauloRamos desenvolveram,
de maneira oficiosa, os primeiros
esforços objetivando a correção de
umaououtra campanha.
Enquanto isso, em Brasília, o go-
verno Figueiredo, escudado em
doutrinamilitar, se preparava para
aumentar seu controle sobre o
“campo psicossocial” através da
criação de uma autarquia para fis-
calizar a publicidade.
Semchoronemvela, ascampanhas
do sabão que lavavamais branco,
do fusquinha que economizava
água, da boneca que batia pal-
minha e, de resto, todas as outras
seriam colocadas em fila nos
guichês da burocracia...
Soou o alarme.
ONDE SE
ENCONTRAVAM,
ENTÃO, NOSSOS
PIONEIROS?
Petrônio Corrêa presidia a ABAP e
era um dos proprietários da MPM
Propaganda.DionísioPoli dirigia a
Central GlobodeComercialização
e representava a ABERT. Luiz Fer-
nandoFurquimpresidiaaABAeera
o responsávelpelacomunicaçãodo
Grupo Pão de Açúcar. João Luiz
FariaNetto, jornalista e advogado,
eraodiretor executivodaANJ, sob
a presidência do jornalistaRoberto
Marinho.
Era necessário organizar as forças
e agir rapidamente, na tentativa de
reverter a decisão do governo.
Após sucessivas idas a Brasília e
muitas tratativas, nossas lideranças
cometem manobra radical: inter-
rompem o diálogo e passam a
articular, a toquedecaixa, a funda-
LUIZCELSODEPIRATININGA
GERALDOALONSO
MAUROSALLES
CAIODOMINGUES
Foto: Arquivo CONAR
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