Quandoos valores fazemadiferença
R E V I S T A D A E S P M –
março
/
abril
de
2010
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Os valores podem se
tornar uma força po-
derosa de coesão de uma empresa, abran-
gendo os seus públicos estratégicos. Sua
construção e difusão demaneira participa-
tiva darãomaior representatividade, legiti-
midade e significado.
Os valores organizacionais precisam
ser compartilhados na cadeia pro-
dutiva que integra os fornecedores
e clientes da organização. Ambos
conquistarampoder sobre a empresa
epodem influirnosseus resultados.A
empresa não compete sozinha, com-
pete com sua cadeiaprodutiva contra
as cadeias de seus concorrentes.
Os valores precisam ser renovados e
enriquecidos para se manterem como
forçapropulsoradaempresaperanteum
mundoem rápidamutação.
Essa renovação serámuitomaisefetivacoma
participaçãoativade seuspúblicos.Para lidar
com a complexidade dos seus relacionamen-
tos, a organização pode contar com o apoio
de modernas metodologias de construção
coletiva, como, por exemplo, o JAM desen-
volvido pela IBM, World Café, pesquisas e
grupos focais.Elas favorecempolinizar ideias,
descobrir questões que são relevantes para
todos e aumentar a capacidade de construir
soluções inovadorasque respeitemospropó-
sitos comuns.
Quando os valores são construídos com essa
perspectivaenvolventeecomprometida,tornam-
se uma força viva a serviçoda competitividade.
Além de ganharem conteúdo mais completo
por incluirosdiversos interesses, ametodologia
facilitaasuanegociaçãoeconvergência,desdeo
momentoda sua construção.Adicionalmente, a
participaçãoativa impulsionaasaçõesdedivul-
gaçãoeassimilação.
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Muitas empresas
ainda tratam os va-
lorescomosubstantivos: respeito, transparên-
cia,qualidadeetc.Esta formaestáticadificulta
a sua aplicação no dia a dia, especialmente
para aqueles que estão mais acostumados a
agir do que refletir.
Porexemplo,como interpretarapalavra
respeito
?
Aocliente,àequipeouaoacionista?Hásituações
deconflitoquesãodifíceisdedirimir.Emtempos
de crise, comogerenciar aescassez, paraos três
igualmenteoudeformaseletiva?Emdetrimento
docliente,daequipeoudoacionista?
Quandoosvaloressãodifundidoscomoverbos,
emvezdesubstantivos,colocamoscolaboradores
eseus líderescomosujeitosdasações.Porexem-
plo, há empresas que têm como valor o cliente,
enquanto outras preferemdizer: trabalhar para
osucessodocliente.Noprimeirocaso, apalavra
cliente
podedespertarno colaboradormaisuma
atitudedeexpectador e sua respostapoderia ser
trataroclienteeducadamente.Nosegundocaso,
provocaocolaboradora iralém,paraentendero
que o cliente realmente precisa e como poderá
contribuirparaatender.
Quando acreditamos
em valores como a base
de uma cultura sólida e
transformadora, investimos em educação. É a
educação que dá aos seres humanos a possi-
bilidadede refletir, entender e agir segundoo
significado dos valores. É ela que transforma
empregados subordinados, sem iniciativa, em
pessoas autônomas e responsáveis.
Ao educar, demonstramos nosso respeito
pela pessoa educada. Mas também assu-
mimos uma atitude de respeito pelo cliente
que será servidopor essapessoa.Damesma
forma, exprimimos respeito pelos acionis-
tas e investidores da empresa que serão
recompensados pelo retorno e fidelização
dos clientes.
