A criatividade humana
salvará o planeta
janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
141
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OBrasil vem sendo
pressionadopelaUniãoEuropeia
háanospara implantar a
rastreabilidadedos rebanhos.
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Eles não têm mais floresta nativa.
Gostomuitoda França. Estudei lá e
andandopeloPaíspudeconheceros
belíssimos vinhedos franceses. No
entanto,gostariadesaberondeestão
asflorestasdaantiga regiãopovoada
pelos Gauleses, que compreende
o atual território da França? Onde
estãoasflorestasdoAsterix?Atéque
pontooBrasil não está sendoobje-
to, indevidamente, de uma crítica
internacional no que diz respeito à
preservação ambiental?
HIRAN
– Primeiro vou situar nosso
debate dentro do conceito “triple
bottom line” (tripé da sustentabili-
dadecompostopelos3Ps-People,
Planet e Profit −, que emportuguês
significa Pessoas, Planeta e Lucro),
quer dizer, ambiental, econômicoe
social.Pegandoopontosobreoqual
estamos polemizando, li depontaa
pontao livro
Oambientalistacético
,
deBjornLomborg,que jáparticipou
doGreenpeaceehojedefendeexa-
tamentea tesequeoprofessorDenis
acabade expor. Segundo Lomborg,
“na verdade, tudo isso seria apenas
um mito”. Confesso que gostaria
de acreditar no livro dele, mas as
evidências científicas estãona con-
tramão da história. Estamos vendo
que, na questão ambiental, países
resistentes à ideia já mudaram de
posição.AChina,porexemplo, está
sepropondoa liderarummovimen-
to na linha de uma economiamais
light. Até os Estados Unidos, que
não assinaram o famoso Protocolo
deKyoto, estãomudando.Mesmoo
Brasil jápercebeuque terasflorestas
éuma grandeoportunidade econô-
micaeque temos todasascondições
de liderarumprocessoquecaminhe
ao encontro de uma economiaVIP.
Emboranão sejaum cientista, acho
que hoje existem evidências muito
claras na comunidade científica a
ponto de mobilizarem chefes de
Estado, antes resistentes. Amaioria
delesera resistentepornão termuita
ligaçãocoma indústriadepetróleo,
outros porque queriam fazer o país
avançardequalquer jeito–comoos
chineses. Elescolocaramoambien-
te em segundo plano e, nos Jogos
Olímpicos, tiveram de parar o sis-
temaprodutivoparaqueas pessoas
pudessem respirar. Éumaevidência
muitopatentedanecessidadede se
migrar para um novomodelo. Esse
éumproblema real,que jámobiliza
governos e não apenasONGs.
GRACIOSO
– Por alguma razão, o
problema é mais evidente no He-
misférioNorte. NoHemisfério Sul,
nem tanto.
JRWP
– Para orientar um pouco,
achoqueascontribuiçõesdoDenis
e do Hiran não se contradizem,
elas, de alguma forma, se com-
plementam, porque o Denis, com
a cabeça científica do professor
universitário e pesquisador, o que
ele diz, de certa forma...
HIRAN
– Com todo o respeito a
você e ao professor Denis, acho
que a minha observação contradiz
frontalmente oque ele expôs.
JRWP
– Eu quero ressaltar que, na
contribuição do Denis, o que ele
está levantando é “qual é o proble-
