Julho_2003 - page 60

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R E V I S T A D A E S P M –
J U L H O
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A G O S T O
D E
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todas as pessoas, e experiências de
desorientação (como sair de casa,
engravidar sem planejamento) po-
dem criar expectativas de se encon-
trar paz. Énessemomentodebusca
das pessoas que algumas religiões
maisextremadasconseguemseusse-
guidores,que farão tudoparaperten-
ceremaogrupo.
A influência de outras pessoas na
escolhada religião serámaior entre
as pessoas com poucamaturidade,
como os adolescentes e jovens, do
quecom relaçãoàspessoasdemaior
te remete algumas pessoas à preo-
cupaçãocomoqueaconteceráapós
seu último suspiro. Exatamente por
essemotivoé tãocomumvermosum
acentuado número de idosos nas
igrejas.
2.2.
O NASCIMENTO
DAS EXPECTATIVAS
As expectativas que criamos são
frutodoprocessamentodasnossas
experiências em relação ao futu-
ro.Quandoprojetamos a situação
futura, ou seja, desenvolvemos a
idéia do que queremos, sempre
fazemos uma ponderação de sua
importância, ou seja, sempre que
desejamosalgo,nosquestionamos
sobreoquanto aquilo é importan-
teparanós.A expectativa, portan-
to, tem um conteúdo ideativo (a
idéia propriamente dita do que se
pretende no futuro) e um conteú-
do afetivo (o quanto isto é impor-
tante paraminha vida).Assim, ex-
pectativas de ter um corpo saudá-
vel, originadas de experiências de
um corpo doente provavelmente
terão um conteúdo afetivo bem
maior que expectativas de ter um
corpo saudável originadas a partir
de um comentário jocoso sobre a
beleza do corpo.
Conforme jádissemos,muitos fiéis
procuramna religiãoumequilíbrio
corporal.
Sobreexpectativas relativasàsexpe-
riências de idéias, crenças e emo-
ções, pode-secomentar quemuitas
religiões sãobuscadas para dar um
conjunto de orientações (idéias e
valores) que as pessoas não encon-
tram em outros fenômenos sociais,
taiscomoafamília,aescolaeogrupo
deamigos.Terumesquemadeorien-
taçãoéumanecessidadebásicapara
as para a morte, ao mesmo tem-
po em que procura mostrar que
não há morte. A igreja oferece
uma solução para a experiência
diária e inevitável da passagem
do tempo.
2.3.
A BUSCA DE
INFORMAÇÕES,
LEVANTAMENTO
DE ALTERNATIVAS E
ESCOLHA
Tendo consciência clara de suas
expectativas, umapessoa iniciaa
buscade informações que lhe in-
diquem o que, ou quem, pode
resolvê-las. É aqui que se inicia a
busca de produtos e serviços.
Todo o processo de busca, análi-
se e decisão de uma alternativa
leva em conta duas fontes: as ex-
periências próprias e/ou o relato
de experiências de outros.
No caso dos fiéis da Igreja Cató-
lica, a busca realizada é muito
mais heurística do que sistemáti-
ca. Nesse caso, segundo SHETH
(2001), o levantamento e a deci-
sãopartem tantode experiências
anteriores comode relatos deou-
tras pessoas.
Aceitando essa premissa, torna-
se clara apossibilidadedea Igre-
ja Católica ser uma grande alter-
nativa. Ela possui uma marca
muito forte e conhecida (Igreja
Católica Apostólica Romana),
principalmentenoBrasil. Suasex-
periências anteriores eo seu tem-
podecaminhada (mais velhadas
igrejas cristãs, com 2.000 anos)
podem trazer segurança à esco-
lha do fiel. Tomando como base
que a maioria da população na-
cional se diz católica, o julga-
mento realizado pela maioria
“Um
jovempode
buscar idéias
espirituais,
mas se sentir
envergonhado
de admiti-lo
perante seu
grupo, evitando
aescolha.”
maturidade, que receberãomais in-
fluência familiar em relação a qual
religiãoescolher.Osmais jovenssão
mais influenciados pelos ideais do
seu grupo, enquanto pessoas mais
maduras exercemmaior proximida-
decom suaprópria família.
Já para as pessoas idosas, a igreja
pode ter deumgraude importân-
ciamuitoacentuado, preparando-
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RodrigoD.DeSalvi &ErnestoM.Giglio
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